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Para incentivar testagem, cidade chinesa dá prêmio de R$ 17 mil para resultado positivo de Covid-19

É a segunda vez em menos de uma semana que dirigentes municipais fazem esta proposta a residentes do nordeste da China - China Daily via REUTERS
É a segunda vez em menos de uma semana que dirigentes municipais fazem esta proposta a residentes do nordeste da China Imagem: China Daily via REUTERS

Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim

07/12/2021 13h09

Como acelerar a realização de testes de Covid-19 para evitar o aparecimento de novos focos epidêmicos da doença? Uma cidade no nordeste da China decidiu dar um "prêmio" de quase € 2.800, cerca de R$ 17.700, para todos os que receberem um resultado positivo, depois de passarem voluntariamente pelo exame de diagnóstico.

É a segunda vez em menos de uma semana que dirigentes municipais fazem esta proposta a residentes do nordeste da China. A recompensa é um sinal de que a situação da epidemia permanece tensa no país. Apesar do número relativamente limitado de novas infecções — 38 novos casos assintomáticos foram registrados em toda a China no último domingo —, as autoridades pretendem bloquear o aparecimento de novos focos de contaminação o mais cedo possível.

Depois que Harbin, na província de Heilongjiang, anunciou na última quinta-feira (2) que pagaria um bônus de 10 mil yuans a voluntários por testes de PCR positivos, na segunda-feira (6) foi a vez da prefeitura de Fuxin, na província de Liaoning (também no nordeste da China), dobrar a recompensa, oferecendo 20 mil yuans para quem fizer o exame e diagnosticar a doença.

A ideia é rastrear possíveis casos de infecção precocemente e, assim, evitar novas contaminações. Junto com Yunnan e Hebei, mais a região autônoma da Mongólia Interior, essas são as quatro províncias que mais preocupam as autoridades chinesas em relação à evolução da epidemia no país.

Tolerância zero

A estratégia de tolerância zero contra o coronavírus vem sendo aplicada há dois anos pelo governo chinês, com medidas que incluem o fechamento de fronteiras, campanhas massivas de testagem e períodos de isolamento para moradores em áreas de risco.

Esse monitoramento rigoroso causou um certo "cansaço" na população, admitiu o professor Liang Wannian ao canal de TV Central. Este ex-funcionário da Comissão Nacional de Saúde justifica a política de "zero casos" ou "Covid-19 zero" pelo risco que o coronavírus representa para a população chinesa: "Se o vírus está circulando em um país de 1,4 bilhão de pessoas, você pode imaginar quantos ficarão doentes ou morrerão", disse Wannian em entrevista.

O professor faz parte do grupo de especialistas que dá recomendações ao governo sobre o combate à pneumonia viral. "Seria uma grande epidemia, um grande problema de saúde pública, social e político", explica.

A saúde é uma questão extremamente sensível para o governo comunista da China, talvez até mais do que em qualquer outro lugar do mundo, porque pode desencadear a ira dos chineses.