Peru pode ter o terceiro impeachment de um presidente em apenas três anos
O Congresso do Peru, controlado pela oposição de direita, define a partir desta terça-feira (7) se aceita debater um pedido de destituição do presidente de esquerda Pedro Castillo. O processo levaria novamente o país a um período de instabilidade e incertezas, após dois processos de impeachment em apenas três anos.
Esta é a quinta moção de julgamento político contra um presidente peruano nos últimos quatro anos. O mesmo tipo de processo já resultou na queda de dois chefes de Estado: Pedro Pablo Kuczynski, em 2018, e Martín Vizcarra, em 2020.
O socialista Castillo, de 52 anos, professor de origem rural que assumiu o poder em julho, virou alvo de críticas após um escândalo de suposta interferência de seu governo em promoções militares, o que motivou o pedido de sua destituição. Por este caso, ele também foi intimado a depor em 14 de dezembro à procuradora Zoraida Ávalos.
Se o debate sobre a destituição for aprovado, Castillo deve comparecer ao plenário, possivelmente na próxima semana, para apresentar sua defesa à acusação de "incapacidade moral". Depois, os 130 legisladores decidiriam sobre o impeachment, para o qual são necessários 87 votos.
A moção foi apresentada há duas semanas por três partidos de direita, incluindo o fujimorista. O presidente chegou a convocar um diálogo com os dirigentes da oposição, na tentativa de se salvar do que qualificou como uma moção "sem respaldo e com absoluta irresponsabilidade". No entanto, Keiko Fujimori e outros opositores se recusaram a falar com o chefe de Estado.
Castillo venceu Keiko Fujimori no segundo turno da eleição, em junho. Mas desde que assumiu o cargo, em 28 de julho, tem sido perseguido pela oposição por seus próprios erros e por divergências em seu partido que causaram a saída de dez ministros. Sua eleição também foi contestada, denunciada por partidos opositores como uma "fraude", apesar do aval dos observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia.
(Com informações da AFP)
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