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Após EUA, vários países se mobilizam em boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim

08/12/2021 19h28

Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia seguiram os passos dos Estados Unidos e anunciaram que também vão participar do "boicote diplomático" aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, previstos para fevereiro. Os países acusam a China de violar os direitos humanos.

Desde que os Estados Unidos anunciaram, na segunda-feira (6), que não enviarão nenhum diplomata aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, aumenta a lista de países que decidiram boicotar o evento.

Na terça-feira a Nova Zelândia seguiu os passos do governo norte-americano. O ministro dos Esportes, Grant Robertson declarou que nenhum membro do governo da primeira-ministra Jacinda Ardern assistiria os Jogos. 

Nesta quarta-feira a Austrália informou que não enviará representantes oficiais ao evento. O governo australiano se uniu à iniciativa alegando uma série de divergências com Pequim e a situação dos direitos humanos no país comunista. "A Austrália não se desviará de uma posição forte na defesa dos nossos interesses e, obviamente, não é surpresa que não enviaremos representantes australianos para estes Jogos", disse o primeiro-ministro Scott Morrison.

Logo em seguida a Escócia e o Reino Unido anunciaram que não pretendem enviar representantes políticos aos Jogos Olímpicos de Inverno, alegando as mesmas razões que Washington e Camberra. No entanto, o primeiro-ministro Boris Johnson preferiu evitar o termo "boicote diplomático". "Como eu disse anteriormente, não apoitamos os boicotes esportivos, mas não há planos para (...) que os ministros compareçam aos Jogos Olímpicos de Inverno", afirmou o premiê britânico no Parlamento.

Horas após o anúncio do Reino Unido, o Canadá se juntou à iniciativa. "Estamos profundamente preocupados com as violações dos direitos humanos pelo governo chinês", declarou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em uma entrevista coletiva na qual anunciou que seu país estava aderindo ao boicote diplomático aos Jogos de Inverno.

Antes mesmo dos Estados Unidos, o governo da Lituânia havia informado que não participaria do evento chinês. Vilnius e Pequim têm relações tensas de que o governo lituano afirmou que aceitaria a criação de uma embaixada de Taiwan em seu território e que instalaria uma representação diplomática em Taipé.. 

Os países ocientais contestam a política de Pequim sobre os direitos humanos e, principalmente, o tratamento dado aos uigures. Várias ONGs acusam a China de ter internado pelo menos um milhão de pessoas dessa minoria muçulmana na região de Xinjiang em "campos de reeducação". As autoridades chinesas denunciam sistematicamente a "interferência" dos ocidentais que condenam esta situação, afirmando que são "centros de formação profissional" para apoiar o emprego e combater o extremismo religioso.

"Ninguém se importa se eles vêm ou não", disse governo chinês

O boicote dos países ocidentais não impedirá que seus atletas participem dos Jogos, que começam no dia 4 de fevereiro, mas fará com que nenhum representante oficial esteja presente, em um ato simbólico forte.

"Ninguém se importa se eles vêm ou não", disse Wang Wenbin, um porta-voz da diplomacia chinesa. "Suas manobras políticas e pequenos truques não vão mudar em nada o sucesso dos Jogos Olímpicos", acrescentou.

Apesar das declarações, o levante ocidental irritou Pequim, principalmente após Washington anunciar a medida. "Estados Unidos pagarão o preço por suas decisões equivocadas", declarou na terça-feira o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.

(Com informações da AFP)