Justiça rejeita recurso de Djokovic e tenista não poderá participar do Aberto da Austrália
Não vacinado contra a Covid-19, o número 1 do tênis mundial, Novak Djokovic, não poderá disputar o torneio Aberto da Austrália e está sujeito a ser expulso do país. A justiça local anunciou neste domingo (16), véspera da abertura da competição, que rejeita o recurso apresentado pelos advogados do tenista. Eles pediam a anulação do cancelamento do visto do sérvio.
"A Corte ordena que o recurso seja rejeitado às custas do solicitante", diz a decisão, aprovada pelos três juízes encarregados do caso.
Djokovic, em busca do recorde de um 21o título em Grand Slam, se confrontaria nas quadras com seu compatriota Miomir Kecmanovic nesta segunda-feira (17), em Melbourne. Na sexta-feira, porém, o governo do premiê conservador Scott Morrison ordenou novamente sua deportação, alegando, entre outros argumentos, que sua oposição pública às vacinas pode dificultar a gestão da pandemia e levar a "distúrbios sociais".
No sábado (15), ele foi foi encaminhado, pela segunda vez, para um centro de retenção de migrantes, onde passou o dia. Neste domingo, ele foi autorizado a participar da audiência do escritório de seus advogados em Melbourne.
Sessão urgente
Composto por três juízes, o tribunal realizou a sessão convocada com urgência, por videoconferência. O formato da corte e o curto período de tempo antes do início do torneio tornam a apelação quase impossível.
Em teoria, Djokovic é obrigado a deixar imediatamente o território australiano e a decisão pode impactar a sua carreira, já que ele pode ter de ficar três anos sem poder retornar ao país. Quanto ao torneio, ele deve ser considerado "lucky loser" e eliminado nas qualificações.
Risco sanitário
No sábado, o ministro a Imigração, Alex Hawke, defendeu que a presença do tenista no país "é suscetível de representar um risco sanitário", ao estimular "o sentimento antivacinas" e dissuadir australianos de tomar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 - em plena onda de contaminações devido à variante ômicron.
O imbróglio se iniciou no dia da chegada de Djokovic na Austrália, em 5 de janeiro. O atleta, que se tornou um dos líderes mundiais do movimento antivacina, havia conseguido uma isenção de vacinação dos organizadores do torneio, depois de ter testado positivo para a covid-19 em meados de dezembro.
No entanto, ao chegar ao país, as autoridades fronteiriças não consideraram que uma infecção recente justificasse uma exceção, anularam o visto de Djokovic e o enviaram a um centro de retenção de migrantes.
O tenista permaneceu trancado no local até a segunda-feira (10), quando seus advogados conseguiram que um juiz australiano o deixasse em liberdade por um erro de procedimento durante seu interrogatório no aeroporto de Melbourne. Mas nesta sexta, o ministro da Imigração australiano usou seu poder executivo para voltar a anular o visto de Djokovic, argumentando motivos de "saúde e ordem pública".
"Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante esta pandemia e esperam, não surpreendentemente, que o resultado desses sacrifícios seja protegido", defendeu o primeiro-ministro conservador, Scott Morrison, sob pressão a quatro meses de uma eleição geral no país.
Com informações da AFP
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