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Nasa: erupção vulcânica nas ilhas Tongas superou potência de bomba atômica de Hiroshima

24/01/2022 11h42

A força da erupção vulcânica no arquipélago das ilhas Tonga, em 15 de janeiro, superou de longe a potência da bomba atômica lançada sobre Hiroshima (Japão) - informaram cientistas da Nasa, a Agência Espacial Americana. Os sobreviventes do desastre natural afirmam que sofreram um choque que "abalou seus cérebros". 

De acordo com o Observatório da Terra da Nasa, o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai lançou uma coluna de fumaça que alcançou uma altura de 40 km após sua erupção. O fenômeno foi ouvido até no Alasca, a mais de 9.000 km de distância, e provocou um tsunami.

A Nasa afirmou que essa erupção foi várias centenas de vezes mais potente que a bomba atômica americana lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima, em agosto de 1945, estimada em 15 kt (um quiloton equivale a 1.000 toneladas) de TNT.

"Calculamos que a quantidade de energia liberada pela erupção foi equivalente a entre 5 e 30 mt (um megaton = 1.000 kt)", informou o cientista da Nasa Jim Garvin, em uma publicação no domingo à noite.

A agência afirmou que a erupção "aniquilou" a ilha vulcânica, localizada 65 km ao norte da capital de Tonga, Nuku'alofa.

Catástrofe e emergência ambiental

A catástrofe natural cobriu o reino insular - com uma população de cerca de 100.000 pessoas - de uma camada de cinzas tóxicas, contaminando a água potável, arrasando cultivos agrícolas e destruindo completamente ao menos duas cidades.

Pelo menos três pessoas morreram em Tonga, e dois banhistas se afogaram no Peru, cuja costa foi afetada por ondas de uma altura excepcional causadas pela erupção.

As autoridades peruanas anunciaram uma "emergência ambiental" de 90 dias na área costeira, atingida por um vazamento de 6.000 barris de petróleo há uma semana. O líquido continua se espalhando e contaminando a região, para o desespero de seus habitantes.

Consequências na saúde

Em Tonga, a magnitude dos danos ainda é incerta, entre outros motivos, porque as comunicações permanecem interrompidas.

Seu impacto "superou em muito qualquer outra coisa que as pessoas daqui viveram", disse à AFP a jornalista Mary Lyn Fonua, moradora de Nuku'alofa.

"A onda de choque da erupção abalou nossos cérebros", afirmou, acrescentando que a camada de cinzas muito fina que cobre tudo dificulta a vida dos habitantes.

"Se infiltra por todos os lugares, (...) irrita os olhos, causa feridas no canto da boca. Todos estão com as unhas pretas. Parecemos imundos", completou.

As forças de defesa japonesas, neozelandesas e australianas estão fornecendo ajuda de emergência, o que inclui água potável, enquanto mantêm os rígidos protocolos sobre covid-19 para preservar o arquipélago da pandemia.

(Com informações da AFP)