Antes de conversar com Putin, Macron não descarta represálias se Rússia invadir Ucrânia
O presidente francês, Emmanuel Macron, alertou nesta terça-feira (25) que a Rússia pagará "um alto custo" se invadir a Ucrânia, durante entrevista coletiva ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, em Berlim. No entanto, ele ressaltou a posição convergente da França e da Alemanha a favor de uma "desescalada" na região e anunciou que conversará com o presidente russo Vladimir Putin na próxima sexta-feira (28).
Alternando entre uma postura firme e uma abertura ao diálogo, o presidente francês indicou que os ocidentais estão "totalmente unidos" ao lado de Kiev e "coordenados" sobre a Ucrânia.
"Se ocorrer uma agressão" da Rússia contra a Ucrânia, "haverá uma resposta e custo será alto" para Moscou, disse Macron durante a coletiva de imprensa. Ele reforçou que França e Alemanha têm a mesma posição em caso de ataque e que os dois países propõem uma "desescalada".
O líder francês viajou a Berlim no final da tarde desta terça-feira para se reunir com o chanceler alemão. A Ucrânia foi o tema central do encontro.
Macron anunciou também que na sexta-feira terá uma conversa, pelo telefone, com o presidente Vladimir Putin, para discutir a tensão crescente na fronteira russo-ucraniana. Ele adiantou que pedirá ao líder do Kremlin "esclarecimentos" sobre suas intenções.
Negociações diretas
Além dessa conversa com o líder russo, Paris propõe também um diálogo direto entre a União Europeia e a Rússia para tentar evitar que a Europa seja jogada para escanteio nas discussões de Moscou com Washington.
Até agora, a iniciativa francesa não deu resultados e Paris decidiu organizar nesta quarta-feira (26) um encontro reunindo os conselheiros diplomáticos dos presidentes russo e ucraniano e do chanceler alemão. Nesse formato de reunião conhecido com "Normandia", a aliança franco-alemã ocuparia a função de mediadora do conflito.
Ao mesmo tempo, a Rússia que mobilizou cerca de 100.000 soldados na fronteira comum com a Ucrânia, iniciou manobras militares na região e cresce o risco de um confronto entre os dois países.
Já Washington, após colocar em alerta 8.500 militares, ameaça Moscou com sanções econômicas. Joe Biden disse nesta terça que o presidente Putin poderia ser sancionado pessoalmente se invadir o país vizinho.
O presidente americano declarou ainda que "não tem intenção" de enviar tropas dos Estados Unidos à Ucrânia.
(Com informações das agências AFP e Reuters)
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