Milhares se despedem de monge e ativista vietnamita, criador do conceito de "consciência plena"
Milhares de despediram neste sábado (29) do monge budista e ativista pela paz Thich Nhat Hanh, um dos líderes religiosos mais influentes do mundo, a quem se atribui a divulgação no Ocidente do conceito de "mindfulness", ou consciência plena.
Thich Nhat Hanh foi uma das figuras mais conhecidas do budismo ao lado do Dalai Lama e foi um ativista incansável pela paz, com a divulgação do conceito de "consciência plena" nos países ocidentais.
Um comboio de centenas de carros e motos, muitos decorados com flores, escoltou o caixão com corpo de Thich Nhat Hanh de um pagode até o local da cremação. Ao longo das ruas de Hue, os moradores se ajoelharam na passagem do funeral.
O corpo foi levado para o local da cremação na manhã de sábado, seguido por uma procissão de dezenas de milhares de pessoas que cantaram preces budistas. Muitos monges estavam entre a multidão.
"Temos que nos despedir do mestre. Ele tem um papel importante na vida da minha família, nos ajudando nos momentos mais difíceis", declarou Do Quan, que viajou de Hanói com a mulher e o filho.
O monge, a quem era atribuída a apresentação e promoção no Ocidente da terapia de meditação "mindfulness", a consciência do momento presente, faleceu na semana passada.
Ele nasceu em 1926 e foi ordenado aos 16 anos. Ele foi enviado a uma escola onde treinou voluntários para construir clínicas e infraestrutura em cidades atingidas pela guerra.
Oposição à guerra do Vietnã
No início da década de 1960 viajou aos Estados Unidos e deu aulas nas universidades de Columbia e Princeton. Mas depois de uma viagem, em 1966, em que se encontrou com o ativista pelos direitos civis Martin Luther King, que se uniu a seus pedidos pelo fim da guerra do Vietnã, o monge foi impedido de retornar ao seu país.
Um ano depois, King indicou Thich Nhat Hanh para o Prêmio Nobel da Paz, ao escrever uma carta ao comitê na qual destacava a "tremenda capacidade intelectual" do monge.
Sua oposição total à guerra do Vietnã rendeu a inimizade dos dois lados e o deixou no exílio por quatro décadas. Ele só conseguiu retornar ao país em 2018, sob rígido controle e vigilância da polícia.
"Não entendo por que mesmo agora o Estado vietnamita não envia seus principais líderes para prestar homenagem a este grande homem", disse um devoto que se identificou apenas como Nam.
"Ele merecia muito mais", completou.
O respeitado mestre será cremado dentro de dois dias e as cinzas serão espalhadas entre Tu Hieu e vários centros de meditação de todo o mundo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.