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Maior prêmio literário da França cria categoria para aproximar literatura de universo carcerário

15/03/2022 16h10

O Goncourt, a maior premiação literária da França, criou uma categorial especial para celebrar a literatura produzida nos presídios franceses. Os ministros da Justiça e Cultura da França lançaram em conjunto o "Goncourt des Détenus" - o primeiro "Goncourt dos Detentos" acontecerá em 15 de dezembro, reunindo "15 trabalhos selecionados pela Academia Goncourt", submetidos aos votos dos prisioneiros em 30 estabelecimentos penitenciários que se candidataram.

Um novo prêmio literário, o "Goncourt dos Detentos", foi lançado na segunda-feira (14) pelos ministros franceses da Cultura, Roselyne Bachelot, e da Justiça, Éric Dupond-Moretti, na prisão de Aix-Luynes, no sul da França.  "O vencedor será anunciado em 15 de dezembro", explicou Roselyne Bachelot.

"Esta iniciativa reúne dois mundos erroneamente considerados distantes, o da criação literária e o do mundo penitenciário", disse a ministra da Cultura da França, lembrando "a ligação íntima" entre certas "obras-primas da literatura e o drama da detenção". Ela citou em particular o escritor Jean Genet, que foi preso por roubar livros, entre outras coisas.

"É um projeto ambicioso" que visa "fazer com que os presos se interessem pela literatura" para melhor "reintegrá-los à sociedade", acrescentou o ministro da Justiça. "A Academia Goncourt tem o prazer de ser associada a este projeto, que tem como modelo o Goncourt des Lycéens, que existe desde 1988", disse Philippe Claudel, o secretário-geral da Academia, fazendo uma refência ao prêmio dos estudantes.

O Centro Nacional do Livro da França declarou que financiaria "a compra dos livros" e "asseguraria também sua entrega" aos centros de detenção. Os prisioneiros são um dos grupos-alvo desta instituição pública, que havia financiado 20 "projetos-piloto" em favor da leitura, apenas em 2021.

Novo protocolo para promover a cultura na prisão

Durante a visita à prisão, Bachelot e Dupond-Moretti também assinaram um novo protocolo para promover a cultura na prisão.

"O novo protocolo reafirma o desejo de oferecer aos presos um verdadeiro programa cultural, com a possibilidade de participar dele e de se expressar artisticamente", explicou a ministra Roselyne Bachelot. "Ele é engajado em promover a oferta cultural para menores e reafirma a importância da formação cultural para o pessoal penitenciário, facilitadores e detentos", acrescentou ela.

(Com AFP)