Justiça francesa emite ordem internacional de prisão de Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault e Nissan
A justiça francesa emitiu uma ordem de prisão internacional contra Carlos Ghosn, ex-CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, no âmbito de uma investigação por abuso de bens sociais e lavagem de dinheiro, informou o Ministério Público nesta sexta-feira (22).
Questionado sobre a ordem de prisão durante entrevista à rádio France Inter pela manhã, o presidente da França, Emmanuel Macron, concorrendo à reeleição no segundo turno das eleições presidenciais de domingo (24), recusou-se a comentar a informação, afirmando que o assunto deve ser resolvido pela justiça.
Se a ordem de prisão for executada, Ghosn será apresentado diretamente a um juiz de instrução em Nanterre, a oeste de Paris, que o notificará sobre a investigação.
Fraudes de milh?es de euros
A justiça francesa analisa pagamentos de quase € 15 milhões (US$ 16,3 milhões) considerados suspeitos entre a aliança Renault-Nissan e a distribuidora da montadora francesa em Omã, a Suhail Bahwan Automobiles (SBA).
A investigação de Nanterre também aborda as suspeitas de que Carlos Ghosn teria usado conscientemente os recursos do grupo automobilístico para fins particulares, em montantes que chegam a milhões de euros.
O juiz de instrução de Nanterre emitiu cinco ordens de prisão internacionais, que além de Ghosn afetam "os atuais proprietários ou os executivos da empresa SBA de Omã".
"A ordem é muito surpreendente porque o juiz de instrução e o promotor de Nanterre sabem perfeitamente que Carlos Ghosn, que sempre cooperou com a justiça, tem uma proibição judicial de abandonar o território libanês", afirmou Jean Tamalet, um dos advogados do ex-CEO da Nissan, que trabalha para o escritório King and Spalding.
Como parte da investigação, os magistrados de Nanterre viajaram duas vezes a Beirute.
Com informações da AFP
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