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Pacientes com câncer podem (e devem) praticar atividade física, diz oncologista

10/05/2022 10h06

Estudos recentes derrubam mitos e mostram que a doença não é incompatível com rotina de exercícios, mesmo durante o tratamento.

Taíssa Stivanin, da RFI

A atividade física previne o câncer, mas também ajuda a combater a doença, podendo ser adotada independentemente do estágio e da gravidade do quadro. É o que afirma a oncologista clínica Daniela Dornelles Rosa, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

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A entidade divulgou, recentemente, o guia "Atividade física e câncer: recomendações para prevenção e controle", dirigido para profissionais da saúde, que salienta o benefício da prática personalizada para muitos pacientes, com redução na taxa de mortalidade.

O documento foi elaborado em conjunto por médicos e especialistas da área de Educação Física e traz orientações sobre como inserir a atividade física na rotina dos sobreviventes do câncer. A doença é a segunda causa de mortalidade no Brasil e no mundo. A expectativa é que, em 2040, cerca de 28 milhões de novos casos sejam diagnosticados.

Algumas situações, como um pós-operatório recente, limitam a atividade física, diz a oncologista. Certos tipos de câncer avançados também podem exigir a adoção de um programa mais adaptado, ou a administração de um analgésico, por exemplo, para aliviar dores antes da prática.

"O tipo de atividade física será adaptado à realidade do paciente. Um exemplo é alguém com câncer de pulmão e metástase, que sente um pouco de falta de ar. Mas existem estudos mostrando que qualquer atividade pode agir no controle dos sintomas e ajudar a pessoa a se sentir melhor", diz Daniela Rosa.

"De uma forma geral, a maioria dos pacientes deve se movimentar e praticar uma atividade física orientada pela sua equipe médica. Isso vale para todo tipo de câncer, em qualquer estágio", salienta a oncologista brasileira, lembrando que a recomendação vale, também, para quem está passando por uma quimioterapia ou radioterapia.

A especialista frisa ainda a importância de diferenciar a atividade física, que engloba qualquer gasto calórico, dos exercícios. "A atividade física pode ser recreacional, como por exemplo, caminhar ou levar o cachorro para passear, descer na parada de ônibus para caminhar um pouquinho mais, subir escada ou arrumar a casa. Tudo isso conta. Já o exercício físico é uma atividade mais estruturada, com repetição, como fazemos na academia, por exemplo", resume.

Objetivo é superação

Qualquer atividade física é benéfica, reitera, e não há esportes melhores do que outros. "O que existe é uma recomendação de quantidade e intensidade. Não é uma regra que deve ser seguida com rigidez, mas se sugere que, por semana, a realização de 150 a 300 minutos de atividade física leve a moderada seja o mínimo para prevenir algumas doenças, entre elas, o câncer", ressalta.

O objetivo, entretanto, é superar-se e tentar, cada dia, aumentar o tempo de atividade diária. A regra é quanto mais, melhor. Segundo a oncologista brasileira, não há dados sobre quantos pacientes oncológicos praticam exercícios no Brasil.  "Com a pandemia, isso ficou um pouco difícil de ser mensurado. Muitas pessoas pararam de se exercitar", lembra. "Agora, com a retomada, virando uma endemia, como acho que seja o caso, teremos mais oportunidade para medir isso", completa.

Com ou sem pandemia, alerta, o sedentarismo continua sendo um problema mundial. No Brasil, por exemplo, 30% das pessoas estão acima do peso, o que provavelmente está ligado à pouca atividade física. "Temos que estimular os profissionais de saúde para que recomendem exercícios aos seus pacientes. Nesse estágio da epidemia, não há mais desculpa: pode e deve ir para a rua. "

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