Topo

Esse conteúdo é antigo

União Europeia pede investigação sobre morte de jornalista na Cisjordânia

Shireen Abu Aqleh, jornalista da Al Jazeera, em junho de 2021 - Handout/AFP
Shireen Abu Aqleh, jornalista da Al Jazeera, em junho de 2021 Imagem: Handout/AFP

RFI*

11/05/2022 14h51

A União Europeia condenou, nesta quarta-feira (11), a morte da jornalista Shireen Abu Akleh, que trabalhava para o canal de televisão árabe Al Jazeera. Ela levou um tiro na cabeça durante uma operação das forças armadas israelenses na Cisjordânia ocupada. As Nações Unidas, Washington e Paris pedem uma investigação do caso.

Em um comunicado, Peter Stano, porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse que é "essencial realizar uma investigação aprofundada e independente para esclarecer, assim que possível, todas as circunstâncias envolvendo os incidentes". Ele pediu que os responsáveis pelo crime sejam julgados.

O Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos também expressou, em um tuíte, sua "consternação", em relação à morte da jornalista. "Nossos funcionários estão no local para verificar os fatos", diz a mensagem.

O Catar também condenou o assassinato da jornalista. O embaixador americano no país, Tom Nides, pediu que morte seja esclarecida, assim como o Ministério das Relações Exteriores francês.

A diretora da Unesco, Audrey Azoulay, também pediu uma investigação aprofundada do caso, assim como a Associação de repórteres da imprensa estrangeira em Israel (FPA na sigla em inglês), que se disse "horrorizada e chocada" com o episódio.

A jornalista da Al Jazeera foi atingida por um tiro durante uma ação do exército israelense na Cisjordânia, que foi acusado pelo canal de tê-la matado propositadamente.

O repórter palestino Ali Samoudi, que também foi ferido no ataque, declarou que os soldados israelenses abriram fogo "de repente". "Não nos pediram para sair ou parar de filmar. Atiraram em cima da gente. Uma bala me atingiu, e outra atingiu Shireen", disse no hospital em Jenin, onde foi atendido após o incidente.

O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, levantou a hipótese dela ter sido atingida por um tiro dos combatentes palestinos. Em um comunicado, ele declarou que era provável que "palestinos armados", sejam responsáveis pela morte de Shireen, que também já trabahou na rádio Monte Carlo Doualiya, que integra a rede France Médias Monde, da qual a RFI faz parte.

Autoridade Palestina recusou autópsia

Natftali Bennett acrescentou que a Autoridade Palestina tinha rejeitado a proposta israelense para praticar uma autópsia comum.

De acordo com a Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, 51 anos, que tem as nacionalidades palestina e americana, usava um colete à prova de balas onde estava escrita a palavra "imprensa", durante a reportagem. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, denunciou o "sangue frio" das forças israelenses que, em suas palavras, multiplicam as operações na Cisjordânia ocupada.

* Com informações da AFP