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G7 se reúne para salvar economia da Ucrânia e Senado nos EUA aprova pacote bilionário

20/05/2022 06h47

Termina nesta sexta-feira (20/05) a reunião dos ministros das Finanças dos países do G7 realizada na Alemanha, que discutiu principalmente as consequências mundiais da guerra na Ucrânia. As sete economias mais industrializadas do planeta prometem injetar recursos para ajudar a curto prazo o país invadido pela Rússia, em 24 de fevereiro.

Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

Reunidos em Königswinter, no oeste da Alemanha, os ministros de Economia dos sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Japão, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Alemanha) calcularam o valor da contribuição de cada membro. Para ajudar a Ucrânia, o grupo propõe um financiamento a curto prazo, que asseguraria a liquidez do país para o trimestre atual. O Banco Mundial prevê que a guerra provocará perdas estimadas em 45% à economia ucraniana.

O governo da Ucrânia afirmou que precisa de US$ 15 bilhões nos próximos três meses para financiar suas operações, incluindo o pagamento de salários, já que a guerra provocou um colapso da arrecadação fiscal ucraniana. Os recursos prometidos pelo G7 ultrapassariam essa quantia, somando US$ 18,4 bilhões. 

Alemanha promete  € 1 bilhão

Anfitrião da reunião em Königswinter, nos arredores de Bonn, o ministro alemão das Finanças, Christian Lindner, anunciou nesta quinta-feira (19) que a Alemanha contribuirá com € 1 bilhão em ajuda financeira para a Ucrânia. Lindner falou que a verba, diferente de um empréstimo, não têm de ser devolvida.

A Alemanha é a maior economia da Europa e ocupa atualmente a presidência do G7. Segundo um levantamento do Instituto de Economia Mundial de Kiel, a Alemanha é o quarto país que mais ajudou diretamente a Ucrânia neste ano, com € 2,3 bilhões, incluindo apoio financeiro, militar e humanitário.

Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com € 42,9 bilhões e em segundo está o Reino Unido, com 4,8 bilhões. A Polônia chega em terceiro, com € 2,6 bilhões.

O nível da ajuda muda se for levada em consideração o PIB de cada país, de acordo com o documento. Nesse caso,  a Alemanha se posicionaria em 14º lugar entre as 37 nações ocidentais que se comprometeram, até o dia 10 de maio, a apoiar Kiev. A ajuda oferecida pela Alemanha corresponde a apenas 0,06% do Produto Interno Bruto do país.

Nesse caso, os países que mais contribuíram são, pela ordem, a Estônia, com 0,8% do PIB; Letônia, com 0,7%, e Polônia, com 0,5%. Os Estados Unidos ocupam o quarto lugar: a ajuda à Ucrânia corresponde a 0,2% de seu PIB.

O G7 também discutiu respostas às consequências da guerra na Ucrânia para a economia mundial, que é afetada pela invasão russa e pelas consequentes sanções contra Moscou.

A ofensiva russa provocou um forte aumento dos preços de energia, das matérias-primas e dos produtos agrícolas nos mercados mundiais. Num contexto de agravamento da inflação e de ameaça de crise alimentar em alguns países, o FMI cortou a sua previsão de crescimento global para 3,6% este ano, em comparação aos 4,4% previstos em janeiro.

Comissão Europeia promete € 9 bilhões 

A Comissão Europeia disse que se compromete em investir até € 9 bilhões em "assistência macrofinanceira na forma de empréstimos", com prazos e juros especiais. A longo prazo, a Comissão planeja colocar em prática um programa de reconstrução da Ucrânia financiado na maior parte pela União Europeia.

Paralelamente, o governo britânico disse nesta quinta-feira (19) que deve contribuir com quase € 60 milhões "para ajudar a garantir o fornecimento de eletricidade aos ucranianos", através do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD). O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou antes da reunião que as ajudas financeiras japonesas de curto prazo à Ucrânia seriam duplicadas para US$ 600 milhões.

Senado americano aprova ajuda

Nesta quinta-feira, o Senado dos Estados Unidos aprovou um pacote de US$ 40 bilhões de ajuda à Ucrânia. O texto agora deve ser assinado pelo presidente americano, Joe Biden. A verba inclui apoio militar, econômico e humanitário à Ucrânia. Deste dinheiro, US$ 7,5 bilhões  são destinados a preencher as lacunas orçamentárias de Kiev.

Durante a reunião do G7, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, ressaltou que os ministros das Finanças concordaram em fornecer à Ucrânia os recursos financeiros necessários na luta do país contra a invasão da Rússia.