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Coalizão conservadora de Scott Morrison perde eleições na Austrália

21/05/2022 11h36

A coalizão conservadora do primeiro-ministro Scott Morrison perdeu as eleições legislativas deste sábado (21) na Austrália, de acordo com projeções dos veículos de comunicação australianos. O trabalhista Anthony Albanese proclamou sua vitória, afirmando que os australianos "votaram pela mudança" e colocando fim a nove anos de um governo conservador. 

"O povo australiano votou pela mudança", afirmou Albanese em seu discurso da vitória. Ele também prometeu transformar a Austrália em uma "superpotência" de energias renováveis e anunciou que participaria da Conferência do Quad - grupo que reúne Estados Unidos, Austrália, India e Japão - que começa terça-feira (24), no Japão.  

O primeiro-ministro conservador Scott Morrison disse ter telefonado para seu adversário do Partido Trabalhista, para felicitá-lo pela vitória. Ele também anunciou que deixaria a direção do Partido Liberal.

"Falei com o líder da oposição e futuro primeiro-ministro, Anthony Albanese, e o parabenizei pela vitória eleitoral", disse Morrison em discurso transmitido pela tevê.

O Partido Trabalhista terá provavelmente que se aliar aos Verdes e o grupo chamado "teals independents" (independentes azul-petróleo) - que tem uma maioria de mulheres candidatas -, que  fez uma campanha baseada em temas como ética, igualdade e luta contra as mudanças climáticas.

Os resultados parciais mostram que a coalizão de Morrison, favorável ao setor mineiro e considerada uma negacionista climática, foi sancionada nas urnas dos centros urbanos ricos, particularmente no estado de Austrália do Oeste.  

Crise climática e incêndios

Em um país traumatizado nos últimos anos por graves incêndios, inundações e secas, os trabalhistas prometeram promover políticas ambientais, uma das principais carências do governo conservador. Eles também fizeram promessas de baixar a inflação e aumentar os salários.

Morrison usou a queda do desemprego no seu governo - que alcançou o nível mais baixo dos últimos 50 anos - como argumento para a reeleição, mas a crise climática se impôs para uma importante parte do eleitorado.  

Mais de 17 milhões de australianos votaram para escolher os 151 deputados da Câmara de Representares, para um mandato de três anos, e 40 dos 76 senadores por um período de seis anos.

O partido da coalizão que obtém a maioria na Câmara de Representantes é automaticamente encarregado de formar o governo. O voto é obrigatório na Austrália e os abstencionistas podem pagar uma multa de AUD$ 20 (R$ 68,76).

Cerca de metade das urnas foram apuradas. Os resultados definitivos podem demorar a serem conhecidos em virtude do número historicamente alto de votos por correspondência.

(Com informações da AFP)