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Justiça dos EUA multa Twitter em US$ 150 milhões e acusa rede de fornecer dados para anunciantes

26/05/2022 09h23

O Departamento de Justiça americano anunciou nesta quarta-feira (25) que o Twitter irá pagar uma multa de US$ 150 milhões, após suspeitas de que a plataforma teria facilitado o acesso a dados privados de seus usuários para anunciantes.

A Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) e o Departamento de Justiça acusaram a rede social de deixar os anunciantes usarem os números de telefone e endereços de e-mail fornecidos por seus usuários para monetizar.   

"O Twitter obteve dados de usuários com o pretexto de aproveitá-los para fins de segurança, mas acabou utilizando para segmentar usuários com anúncios", disse a presidente da comissão, Lina Khan.

As informações pessoais que os usuários fornecem às empresas de tecnologia e como esses dados são usados são uma frente recorrente de conflito entre os reguladores e empresas poderosas, como Meta, Twitter e outras.

Os confrontos em torno da privacidade resultam em processos ou acordos periódicos, mas os críticos pedem uma atualização exaustiva das normas nacionais sobre como são tratados os dados dos indivíduos no ambiente virtual.

Sem informar aos usuários, o Twitter permitiu que os anunciantes usassem suas informações pessoais para direcionar as propagandas, destacou a FTC, que trabalhou com promotores federais para abrir um processo contra a empresa de tecnologia.

 Além de concordar com o pagamento de US$ 150 milhões, o Twitter irá implementar outras medidas, entre elas a avaliação periódica de seu programa de privacidade por um assessor independente, segundo o acordo. O pacto, que precisa da aprovação de um juiz, também exige que o Twitter informe a todos que ingressaram na plataforma antes do fim de 2019 sobre o acordo e as opções para proteger sua privacidade.

Musk reduz crédito bancário para compra do Twitter

Elon Musk elevou a US$ 33,5 bilhões a quantia aportada diretamente pelo empresário e por seus sócios para a compra do Twitter, reduzindo ainda mais o valor do crédito bancário. Após o anúncio, que foi bem recebido pelos investidores, a ação da empresa subiu nas negociações posteriores ao fechamento de Wall Street.

Musk, que inicialmente havia assinado empréstimos da ordem de US$ 25,5 bilhões, reduziu esses créditos para US$ 13 bilhões, segundo o documento registrado nesta quarta-feira (25) pela Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC), o que suaviza consideravelmente sua carga financeira.

No começo de maio, vários acionistas do Twitter haviam se comprometido a aportar seus títulos na operação e seguir sendo minoritários no capital uma vez que se retirasse a sociedade da bolsa. A valorização de seus títulos reduzia na mesma quantidade o dinheiro que Musk devia aportar.

Nesta quarta-feira, Musk anunciou que havia recebido novos compromissos diretos, que lhe permitiram reduzir em US$ 6,25 bilhões adicionais o montante de seus empréstimos subscritos para a aquisição. Ele não especificou se o valor vinha, parcial ou totalmente, de seu patrimônio pessoal ou se outros investidores se uniram a ele.

Os US$ 12,5 bilhões em empréstimos, que, no fim, não foram necessários, preocuparam parte dos analistas, uma vez que se tratavam de empréstimos respaldados por títulos da Tesla, o que criaria uma relação com a montadora que desagradava ao mercado.

Segundo a CNBC, Musk negocia com várias pessoas, entre elas o cofundador e ex-diretor geral do Twitter, Jack Dorsey, para que se unam ao projeto e contribuam, seja em dinheiro ou ações da empresa.

(Com informações da AFP)