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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Navio carregado de cereais deixa porto ocupado pela Rússia na Ucrânia

Charles Echer/ Pixabay
Imagem: Charles Echer/ Pixabay

30/06/2022 06h22

Em meio à preocupação mundial sobre a crise alimentar, um primeiro navio carregado com 7.000 toneladas de grãos deixou o porto ucraniano de Berdyansk, ocupado pela Rússia. A embarcação seguiu escoltada pela marinha russa, conforme anunciaram, nesta quinta-feira (30), autoridades de Moscou.

"Após vários meses de paralisação, um primeiro navio mercante deixou o porto comercial de Berdiansk, 7.000 toneladas de grãos estão partindo para países amigos", afirmou o chefe da administração pró-russa na região, Evgeny Balitsky, através do Telegram.

"A segurança do navio de carga é fornecida pela base militar marítima da Frota do Mar Negro em Novorossiysk", acrescentou a mesma fonte.

A Ucrânia tem acusado a Rússia de roubar as suas colheitas de trigo de áreas ocupadas pelo Exército russo, no sul da Ucrânia, para vender os grãos ilegalmente no mercado internacional. Moscou nega a acusação.

Porto localizado no Mar de Azov, Berdiansk foi conquistado intacto pelo Exército russo no início da ofensiva. A instalação está localizada na região de Zaporijjia, em grande parte ocupada pela Rússia, assim como a região vizinha de Kherson.

Risco de desabastecimento

Lançada em 24 de fevereiro, a ofensiva de Moscou contra a Ucrânia ameaça causar uma crise alimentar em escala mundial. Um dos principais países exportadores de grãos, a Ucrânia não consegue escoar a colheita a partir de portos ainda sob o seu controle.

A Rússia garantiu que deixaria navios ucranianos carregados de produtos alimentícios deixarem os portos se o Exército ucraniano retirasse as minas colocadas em suas rotas marítimas.

Kiev se recusa a aceitar essa condição, temendo que o Exército russo lance um ataque na costa ucraniana do Mar Negro, após já ter perdido o domínio na região do Mar de Azov.

As tentativas de acordo, envolvendo a Turquia e a ONU, até agora não produziram resultados.

A Rússia, por sua vez, também é incapaz de exportar a sua produção agrícola, efeito das sanções impostas pelo Ocidente em retaliação pelo ataque à Ucrânia. Moscou estabeleceu "administrações militares e civis" nas regiões de Kherson e Zaporijjia e se prepara para a anexação desses territórios, como já aconteceu, em 2014, com a península ucraniana da Crimeia.

Ucrânia: Putin critica "imperialismo" da Otan

No último dia da cúpula da Otan, em Madri, na Espanha, a Organização prometeu apoiar a Ucrânia o tempo que for necessário diante da "crueldade" da Rússia. O presidente russo, Vladimir Putin, criticou as "ambições imperialistas" da Aliança.

À margem do encontro na capital espanhola, Londres e Washington reforçaram a sua ajuda militar e econômica à Ucrânia.

"Esta é uma cúpula especial, de transformação, a Aliança está mudando a sua estratégia em resposta às agressivas políticas antieuropeias da Rússia", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em seu discurso, depois de ter "pedido aos países da Otan que acelerassem a entrega de sistemas de defesa antimísseis para a Ucrânia e aumentassem significativamente a pressão sobre o estado terrorista".

Em uma declaração conjunta, os países membros da Otan concordaram com um novo plano de ajuda envolvendo a "entrega de equipamentos militares não letais" e o fortalecimento das defesas ucranianas contra ataques cibernéticos.

(Com informações da AFP)