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Reino Unido: denúncia de abuso sexual de deputado conservador aumenta pressão sobre Boris Johnson

01/07/2022 10h22

O responsável pela disciplina de voto parlamentar dos deputados conservadores, Chris Pincher, renunciou nesta sexta-feira (1) ao cargo após acusações de abuso sexual contra dois homens. O caso aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que já enfrentava as consequências políticas de outros escândalos.

Na carta de renúncia, com data de quinta-feira (30), Pincher afirma que deixará o cargo. Ele diz ter bebido "demais" e "envergonhado ele mesmo e outras pessoas." De acordo com a imprensa britânica, o deputado conservador, de 52 anos, foi acusado de apalpar dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres, o Carlton Club.

Pincher renunciou ao cargo de responsável pela disciplina do partido, mas continuará exercendo seu mandato de deputado, o que motivou pedidos de expulsão e a abertura de uma investigação interna.

Medidas firmes

Há pressão da oposição para que o governo tome medidas mais firmes. "Os 'tories' não devem ignorar uma possível agressão sexual", tuitou Angela Rayner, a número dois do Partido Trabalhista, principal formação de oposição. "É fora de questão que os conservadores ignorem uma eventual agressão sexual", escreveu.

Este caso é o mais recente de uma série de escândalos similares no Partido Conservador nos últimos meses. Em maio, um deputado suspeito de estupro foi detido e depois libertado sob fiança. 

Em abril, outro deputado conservador renunciou depois que foi flagrado assistindo a um vídeo pornô em seu smartphone durante uma sessão do Parlamento. Outro ex-deputado foi condenado, em maio, a 18 meses de prisão por agredir sexualmente uma adolescente de 15 anos.

O governo de Boris Johnson também foi abalado pelo escândalo das festas celebradas em Downing Street, apesar das restrições determinadas pelo governo durante a pandemia de Covid-19. O caso fez com que o premiê, submetido ao voto de confiança no Parlamento há cerca de um mês, quase perdesse o cargo.  

O novo escândalo complica a situação do premiê britânico, que retornou ao país após uma semana no exterior, onde esteve participando de três cúpulas internacionais. Ele deverá gerenciar, além do caso, a alta de preços e do custo que vida que vem ocorrendo desde o Brexit e piorou após a invasão da Rússia pela Ucrânia. 

(Com informações da AFP)