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Reforma ministerial levanta dúvidas sobre ambições ecológicas de Emmanuel Macron

05/07/2022 09h51

Os jornais franceses desta terça-feira (5) destacam a reforma ministerial do governo francês, após perder a maioria absoluta na Assembleia Nacional e da tentativa frustrada de atrair a oposição para formar alianças. Para a imprensa, as mudanças não trazem novidades e, sobretudo, levantam dúvidas sobre as ambições ecológicas mostradas pelo presidente Emmanuel Macron durante a campanha para a reeleição. 

Menos ecológico e menos paritário, o novo governo da primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, "mostra a dificuldade do Executivo para ampliar a sua base política, após o fiasco das legislativas", diz o jornal Libération

A publicação critica a escolha do prefeito da cidade de Angers, Christophe Béchu, que não é especialista em meio ambiente, como novo ministro da Transição ecológica. Chamado de "betoneira" pelos jovens ecologistas da oposição, de acordo com o Libé, o prefeito se envolveu em uma polêmica por cortar árvores em sua cidade para a construção de vagas de estacionamento.  

Já o diário conservador Le Figaro afirma que o novo ministro de direita é defensor da circulação não motorizada e que teria desenvolvido, em Angers, no oeste da França, o sistema de aluguel de bicicletas e patinetes.  

"Batismo de fogo"

"Élisabeth Borne prepara um batismo de fogo na Assembleia", diz a manchete do Le Parisien sobre o discurso que a primeira-ministra fará na quarta-feira (6), uma prova difícil que está sendo preparada há uma semana, de acordo com o jornal. Borne deve fazer sua declaração de política geral, quando tradicionalmente o primeiro-ministro pede o voto de confiança do parlamento para as suas decisões. Porém, já foi anunciado que a chefe do governo renunciou à tradição. 

Le Parisien ainda traça o perfil do novo ministro da Saúde e ex-médico do pronto-socorro do Hospital das Clínicas de Metz, no norte da França, François Braun. Ele deve enfrentar uma crise que abala a saúde pública e que pode se agravar durante o mês de agosto com falta de profissionais em centros de saúde em todo país e o aumento do número de casos de Covid-19.