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Reino Unido: Cotado para suceder Boris é 'socialista', mas inspirado em Thatcher

06.07.22 - Boris Johnson deixou o cargo de primeiro-ministro na semana passada - DANIEL LEAL/AFP
06.07.22 - Boris Johnson deixou o cargo de primeiro-ministro na semana passada Imagem: DANIEL LEAL/AFP

13/07/2022 15h49

Seis candidatos passaram pela primeira rodada de votos no Parlamento britânico, nesta quarta-feira (13), para suceder o primeiro-ministro Boris Johnson. O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak saiu na liderança.

Uma semana depois do anúncio da demissão de Boris Johnson, dois dos oito candidatos foram eliminados na corrida para a direção do Partido Conservador e para o posto de primeiro-ministro do Reino Unido.

Sunak, de 42 anos, conseguiu 88 votos, de acordo com os resultados comunicados por Graham Brady, que dirige o comitê que organiza a eleição.

Pouco conhecida do grande público, mas em plena ascensão, a secretária de Estado para o Comércio Exterior, Penny Mordaunt, chegou em segundo lugar com 67 votos, na frente da ministra de Assuntos Exteriores, Liz Truss, que obteve 50 votos.

O segundo turno será realizado na quinta-feira (14) e o objetivo é designar dois finalistas antes do fim da próxima semana. O vencedor, eleito pelos membros do partido - 160.000 na última eleição interna de 2019 - deve ser conhecido em 5 de setembro.

De acordo com uma pesquisa YouGov de quarta-feira realizada com eleitores conservadores, Mordaunt chega na frente em intenções de voto e ganharia de todos seus rivais em caso de confronto.

Antigos sucessos

No lançamento de sua campanha na quarta-feira, Mordaunt, de 49 anos, comparou os conservadores ao lendário músico dos Beatles Paul McCartney no festival de Glastonburry. "Nós aceitamos todas as novas canções, mas o que queríamos realmente ouvir eram os bons e velhos sucessos, dos quais conhecemos a letra: baixa tributação, redução do Estado, responsabilidade individual", declarou.

Os outros candidatos ainda na corrida, a maioria desconhecidos do grande público, são o deputado Tom Tugendhat, a procuradora-geral Suella Braverman e a ex-secretária de Estado para a Igualdade Kemi Badenoch. O novo ministro das Finanças Nadhim Zahawi e o ex-ministro da Saúde Jeremy Hunt foram eliminados.

Cabeça erguida

Johnson, que pediu demissão em 7 de julho após uma série de escândalos, disse nesta quarta-feira diante dos deputados que está "orgulhoso" de seu governo. "É verdade que vou embora em um momento que não escolhi", disse durante a sessão semanal de questões diante do Parlamento. "Mas vou embora de cabeça erguida", completou.

Nesta campanha imprevisível, os candidatos tentam convencer os deputados em reuniões que acontecem de maneira sigilosa. Muitos passaram por audições feitas por deputados conservadores na quarta-feira. Debates televisivos também estão previstos para os próximos dias.

A campanha, dirigida exclusivamente aos membros do Partido Conservador, também conta com golpes baixos e polêmicas.

Entre os favoritos, Sunak é alvo de ataques violentos do campo de Johnson, que o acusa de ter causado a saída do premiê ao lançar a onda de demissões de membros do partido em 4 de julho.

O ministro Jacob Rees-Mogg, fervoroso apoiador de Johson, chamou o ex-ministro de "socialista", uma ofensa no campo conservador.

Mas Sunak afirma que sua visão econômica se inspira da ex-primeira-ministra ultraliberal Margaret Thatcher. Os partidários de Johnson, no entanto, preferem outra admiradora de Thatcher: Liz Truss, que permaneceu no governo apesar da debandada massiva da semana passada.

(Com informações da AFP)