Blinken inicia giro pelo continente africano visando frear influência russa na região
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, iniciou neste domingo (7) um giro pelo continente africano, com escalas na África do Sul, República Democrática do Congo e Ruanda. Um dos objetivos da viagem é contra-atacar a influência diplomática russa na região.
Ao desembarcar em Johannesburgo, primeira escala da viagem no continente, Blinken percorreu o distrito de Soweto, coração da luta contra a segregação racial na África do Sul. O chefe da diplomacia norte-americana visitou o Museu Hector Pieterson, construído em memória dos estudantes assassinados em um protesto em 1976 que se tornou um dos marcos da luta contra o apartheid. "O extraordinário deste museu é que é história viva porque inspira as pessoas a observar o poder que os jovens podem ter para gerar mudanças", disse.
Blinken se reunirá na segunda-feira (8) com a chefe da diplomacia sul-africana, Naledi Pandor, e anúncios são esperados sobre a nova estratégia do governo norte-americano para o continente africano. Os dois "abordarão os desenvolvimentos recentes e em curso sobre a situação geopolítica global", afirmaram as autoridades sul-africanas.
A África do Sul mantém uma posição neutra desde o início da guerra na Ucrânia e se negou a aderir às críticas dos países ocidentais contra a Rússia.
Seguindo os passos de Lavrov
Com a viagem pelos três países africanos, Washington intensifica a diplomacia para contra-atacar o peso de Moscou na região, poucas semanas depois de uma viagem ao continente do ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que passou por República do Congo, Egito, Etiópia e Uganda.
A visita de Blinken no continente africano também acontece logo após a passagem do presidente francês, Emmanuel Macron. O representante de Paris visitou Benin, Camarões e Guiné-Bissau no fim do mês passado.
Para Fonteh Akum, diretor do Instituto de Estudos de Segurança com sede em Pretória, a visita do representante de Washington pretende "aproximar a África do Sul do campo ocidental". O fato de Blinken vir depois de Lavrov e Macron "basicamente mostra que a África está entrando em uma fase em que há outra competição de grandes potências no continente", disse Akum.
BRICS
Esta é a segunda viagem do secretário de Estado americano à África desde que assumiu o cargo no ano passado. Na primeira ele visitou Quênia, Nigéria e Senegal.
Antes da invasão russa da Ucrânia, a diplomacia americana na África se concentrava principalmente na concorrência com a China, que fez grandes investimentos em infraestruturas no continente sem exigir nenhuma contrapartida aos países em termos de democracia ou direitos humanos.
A África do Sul integra o grupo BRICS de economias emergentes, ao lado do Brasil, Rússia, Índia e China. Em junho, o presidente russo Vladimir Putin pediu a cooperação dos BRICS diante das "ações egoístas" dos países ocidentais, em um contexto de sanções sem precedentes contra Moscou pelo conflito na Ucrânia.
(Com informações da AFP)
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