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Jovem é detido após fazer saudação nazista diante de atletas israelenses em Munique

17/08/2022 10h32

A polícia de Munique, no sul da Alemanha, anunciou nesta quarta-feira (17) ter detido um rapaz de 19 anos que fez a saudação nazista diante de esportistas israelenses. O grupo está na cidade para participar do Campeonato Europeu de Atletismo. 

O incidente ocorreu quando 16 atletas israelenses visitavam um monumento em memória às vítimas do atentado perpetrado em 5 de setembro de 1972 pelo grupo terrorista palestino Setembro Negro, durante os Jogos Olímpicos de Munique. Na época, 11 esportistas da delegação de Israel morreram. 

Foram policiais alemães, que faziam a escolta dos atletas israelenses, que observaram o gesto. Os atletas passavam uma ponte que liga o estádio da cidade à antiga vila olímpica, hoje transformada em complexo residencial, quando o jovem, ao observar a delegação, fez a saudação nazista. Ele foi detido imediatamente e liberado depois de uma denúncia ter sido registrada contra ele. 

Na Alemanha, gestos ou uso de símbolos nazistas são punidos por lei. Os infratores podem receber multas ou ser penalizados com até três anos de prisão. 

50° aniversário do Massacre de Munique 

O incidente é registrado em um momento em que a Alemanha se prepara para comemorar o 50° aniversário do Massacre de Munique, que neste ano ocorre em uma clima tenso. As famílias das vítimas recusaram o convite para participar do evento, exigindo um pedido de desculpas oficial do governo alemão, além de uma indenização. Os familiares dos atletas mortos denunciam "mentiras" por parte das autoridades e pedem a abertura de todos os arquivos relativos ao caso.

As autoridades alemãs são apontadas como parcialmente responsáveis pelo final sangrento do massacre, que terminou na base militar de Fürstenfeldbruck, a cerca de 30 quilômetros de Munique. Além dos atletas tomados inicialmente como reféns pelo grupo Setembro Negro, um policial alemão e cinco dos oitos agressores também morreram. 

A poucos dias do aniversário da tragédia, o presidente palestino Mahmoud Abbas também contribuiu para aumentar a polêmica. Durante uma coletiva de imprensa ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, em Berlim, Abbas se recusou a responder à uma pergunta de um jornalista sobre o atentado de Munique. Ele comparou à tragédia de 1972 às agressões de Israel contra os palestinos atualmente, classificando-as como um holocausto. Suas afirmações foram duramente condenadas pelos governos israelense e alemão.