Papa Francisco segue internado após primeira noite em hospital para tratar infecção
O papa Francisco passou "uma boa noite", disse uma fonte do Vaticano nesta quinta-feira (30), um dia após a ser hospitalizado em Roma por uma infeção respiratória. Aos 86 anos, o pontífice sofre de problemas crônicos de saúde.
A noite do papa foi "tranquila" e os funcionários que o acompanham estão "muito otimistas", disse a agência italiana ANSA, citando fontes hospitalares. As informações contraditórias indicadas na quarta-feira (29) pelo Vaticano levantaram preocupações sobre o real estado de saúde do papa argentino.
Depois de mencionar "exames agendados", o porta-voz do Vaticano anunciou na noite de quarta-feira que ele sofria de uma "infecção respiratória". "Nos últimos dias, o papa Francisco teve dificuldade para respirar e (...) foi internado na policlínica Gemelli para exames médicos", segundo Matteo Bruni.
As análises "revelaram uma infeção respiratória" não relacionada com a Covid-19 e o papa terá de se submeter a tratamento no hospital durante "alguns dias", acrescentou. O pontífice deve poder presidir a missa do Domingo de Ramos no Vaticano, "salvo imprevisto", segundo fontes hospitalares citadas pela ANSA.
A agenda do papa também inclui as celebrações da Semana Santa e da Páscoa, destaque do mundo católico, e ele é esperado em Budapeste no final de abril.
Surpresa
A hospitalização pegou a todos de surpresa, em especial porque na manhã de quarta-feira Jorge Bergoglio voltou a participar, como todas as semanas, da audiência geral na Praça de São Pedro. Ele apareceu sorrindo e cumprimentando os fiéis de seu "papamóvel".
À tarde, porém, chegou em uma ambulância no hospital após apresentar problemas cardíacos e respiratórios, e passou por uma tomografia computadorizada.
Francisco, que está em uma cadeira de rodas desde maio de 2022 devido a dores crônicas no joelho, já tinha estado internado por dez dias no Hospital Gemelli em julho de 2021 para uma grande operação de cólon. Ele admitiu ter tido "sequelas" da anestesia, o que o levou a descartar, até o momento, a cirurgia recomendada no joelho.
A dor provocada na articulação, que o obrigou a cancelar vários compromissos em 2022 e a adiar uma viagem a África, está no centro das conjecturas sobre a sua possível demissão do posto.
Dúvidas sobre eventual renúncia
O chefe da Igreja Católica, que comemorou 10 anos de pontificado em março, sempre deixou a porta aberta para essa possibilidade. Seu antecessor, Bento XVI, renunciou em 2013, numa decisão histórica e surpreendente.
Francisco, por sua vez, é ambíguo sobre esse assunto delicado. Depois de ter mencionado em julho a possibilidade de "se colocar de lado", tinha julgado em fevereiro que a renúncia de um papa "não devia virar moda", garantindo que esta hipótese "não estava na sua agenda para o momento".
O papa é constantemente acompanhado por uma equipe de cuidadores, seja no Vaticano ou durante suas viagens ao exterior. Jorge Bergoglio tem um histórico médico pesado: aos 21 anos, quase morreu de pleurisia e sofreu uma ablação parcial de um dos pulmões.
O hospital Gemelli é o centro médico onde o papa João Paulo II também foi hospitalizado em várias ocasiões e teve um tumor benigno no cólon removido em 1992. A saúde dos papas tem sido sempre uma "matéria reservada" para o Vaticano e mantida geralmente em segredo.
Com informações da AFP
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