Bolívia lança busca por chefe uruguaio do narcotráfico, procurado também no Brasil

A Bolívia lançou uma megaoperação policial para tentar prender o uruguaio Sebastián Enrique Marset Cabrera, suposto chefe do narcotráfico procurado em seu país, no Brasil e no Paraguai, além da Interpol e da DEA americana, anunciou neste domingo (20) o ministro do Interior boliviano, Eduardo del Castillo.

Desde sábado, "foi realizada uma série de operações no departamento de Santa Cruz", fronteira com Brasil e Paraguai, em busca de Marset, informou o ministro. "Mobilizamos mais de 2.250 policiais, realizamos mais de 23 operações e prendemos 12 pessoas."

Marset, "que tem múltiplas nacionalidades", encontra-se no departamento de Santa Cruz, juntamente com sua mulher, peruana, e seus três filhos, disse Castillo.

Há meses na Bolívia

Segundo as primeiras investigações, Marset teria entrado na Bolívia em setembro passado e desenvolvido uma atividade social, figurando como dono de um clube de futebol da Segunda Divisão regional.

O suposto chefe do narcotráfico é considerado um dos autores intelectuais do assassinato do promotor antimáfia paraguaio Marcelo Pecci, em maio de 2022, na Colômbia.

No ano passado, a imprensa colombiana e o presidente daquele país, Gustavo Petro apontaram o paraguaio Miguel Insfrán, vulgo "Tio Rico", e o uruguaio Marset como sendo os supostos mandantes do crime.

Dois irmãos colombianos foram condenados em maio passado na Colômbia a 25 anos e seis meses de prisão por participação no assassinato.

Os irmãos, Andres e Ramon Perez Hoyos, pagaram ao atirador cerca de US$ 340 mil para atirar em Pecci em Baru, onde ele estava em lua de mel com sua esposa grávida, disseram os promotores.

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Mas Petro identificou publicamente Marset Cabrera como o mentor.

"A investigação do assassinato... cometido pelo narcotraficante uruguaio Marset em território colombiano mostra que há muito tempo o narcotráfico deixou de ser um problema bilateral colombiano-americano e hoje é um problema americano e mundial", tuitou Petro em agosto passado.

Com dez anos de antecedentes ligados ao narcotráfico, Marset está foragido desde que, no fim de 2021, deixou os Emirados Árabes com um passaporte uruguaio, onde estava detido por portar documentação paraguaia falsa.

(com AFP)

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