Copa do Mundo de Rugby começa na França com seleção anfitriã como grande favorita

A França sedia a partir desta sexta-feira (8) a 10ª edição da Copa do Mundo Masculina de Rugby. Vinte seleções estão na competição que acontece até 28 de outubro. O jogo de estreia, no Stade de France, na periferia de Paris, deve ser um show da bola oval. Em campo, dois grandes favoritos ao título, a anfitriã França e os All Blacks da Nova Zelândia.

O rugby 15 é um dos esportes mais populares na França e essa Copa do Mundo promete ser uma festa. Cerca de 2,2 milhões de ingressos foram vendidos e mais de 600 mil torcedores estrangeiros são esperados. Além de Paris, oito cidades francesas sediam os jogos. A pouco menos de um ano dos Jogos Olímpicos Paris 2024, a competição serve como um teste para o ano que vem.

Esta é a segunda vez que a França sedia o evento, desde sua criação, em 1987. A primeira vez foi em 2007, quando o Mundial foi organizado em conjunto com o País de Gales e a Escócia. A anfitriã, que nunca ganhou a competição, é considerada uma das favoritas e espera contar com a força da torcida para finalmente levantar o troféu Webb Ellis.

Os franceses enfrentam longo na estreia outro grande favorito ao título, os All Blacks da Nova Zelândia, tricampeã do mundo com seu tradicional grito de guerra, o Haka. Para muitos especialistas, o jogo de estreia da Copa do Mundo de Rugby pode ser considerada uma final antecipada, mas o favoritismo dos franceses é apontado por Caique Silva Segura, jogador da seleção brasileira de Rugby que atua na França, jogando pelo Union Sportive Seynoise.

"Nos últimos 3 anos, os franceses demonstraram que têm uma grande equipe, que têm o melhor jogador do mundo dos últimos 2 anos, o Antoine Dupont. E eu acho que eles são os grandes candidatos para ganhar essa Copa do Mundo", aposta Caique.

Técnico neozelandês da seleção brasileira aposta nos All Blacks

O diretor técnico da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) e técnico da seleção brasileira masculina de rugby 15, Josh Reeves, que é neozelandês, concorda que a França é uma das favoritas, mas sua aposta vai para os All Blacks.

"Sendo neozelandês, acredito no meu país e preciso apostar nos All Blacks. Mas, ao mesmo tempo, a França jogando em casa, e do jeito que está jogando, vai ser muito duro", antecipa Josh Reeves.

Victor Ramalho, coordenador de comunicação da CBRu, também cita os dois países, mas diz que essa é a primeira vez que um Copa do Mundo conta com um "número de favoritos fora do comum".

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Segundo ele, normalmente, a cada Mundial, é possível "eleger 3, 4 candidatos. Mas (este ano) a gente tem uma Copa do Mundo que tudo pode acontecer. A gente tem muitos times competitivos".

Além da França, talvez a "maior favorita neste momento", Victor Ramalho aposta ainda na África do Sul e na Nova Zelândia, considerada "a maior nação do rugby mundial, que talvez esteja hoje um degrauzinho abaixo de França e África do Sul, mas é uma potência". No entanto, "agora é o momento da França, que tem muita expectativa com essa geração, que é uma geração extremamente talentosa", sublinha Victor Ramalho. 

Argentina entre os favoritos

A Irlanda, atual número 1 do mundo, e a Inglaterra também são citadas, assim como a Argentina, que é a grande nação de rugby da América do Sul. Caique Segura é brasileiro-argentino. Ele nasceu no Brasil, mas cresceu na Argentina, onde começou a jogar rugby, e confirma que a seleção do país tem chances nessa Copa do Mundo.

"A Argentina hoje vem de uma boa campanha. Nos últimos anos, ganhou da Austrália e da Nova Zelândia pela primeira vez. E eu acho que a Argentina tem um time que, se achar o ponto, tem muita chance de chegar à semifinal ou à final da Copa do Mundo. Eles estão no mesmo grupo da Inglaterra e é o melhor time do grupo em termos de resultados. Então, eu acho que a Argentina tem grandes chances", acredita Caique Segura. 

Chile e Uruguai são os dois outros países sul-americanos que disputam essa Copa do Mundo Masculina de Rugby. O Brasil não tem uma tradição no esporte, nunca participou de um Mundial, mas a disciplina cresce no país. Os Tupis, o nome da seleção masculina brasileira, ganharam recentemente duas posições no ranking mundial ao vencerem o Campeonato Sul-Americano de 4 Nações. Os Tupis ocupam agora a 26ª posição, e estão batendo na porta da maior competição mundial do evento.

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"Nesse último ciclo de Copa do Mundo, a gente focou muito em poder se classificar. Ficamos perto dos adversários da América Sul, Chile e Uruguai, que vão competir na Copa do Mundo. Então, isso mostra que o Brasil não está muito longe. Temos que seguir trabalhando e nos próximos anos vamos passar para outro ciclo de qualificação", diz o técnico Josh Reeves.

Aumentar a popularidade do rugby

Enquanto a classificação não vem, essa Copa do Mundo vai servir de vitrine para aumentar a popularidade do rugby no Brasil. O Mundial será assistido por mais de 850 milhões de espectadores em todo o mundo, entre eles muitos brasileiros.

Durante sete semanas, todos os jogos serão transmitidos ao vivo pela ESPN, e comentados por Victor Ramalho. E nesta sexta-feira tem festa para os torcedores no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, para o jogo de estreia entre França e Nova Zelândia. A expectativa é repetir a Fan Fest no Ibirapuera na partida semifinal e na final da Copa do Mundo de Rugby na França.

"A gente ter uma festa no Parque do Ibirapuera, num espaço que já é voltado para eventos esportivos. A gente está muito empolgado com essa possibilidade porque seria realmente um momento de quebrar a bolha, de expor o rugby para uma audiência maior, aproveitando que o parque tem 18 milhões de frequentadores por ano. A expectativa é fazer todo mundo conhecer o rugby com essa Copa do Mundo", torce Victor Ramalho, lembrando que esta vai ser a grande festa da bola oval.

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