China condena "ações contra civis" após ataques do Hamas; Irã nega envolvimento
Segundo Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Pequim "deplora as perdas civis causadas pelo conflito" e "rejeita e condena as ações contra os civis".
De acordo com a porta-voz, a China se opõe "a toda ação passível de piorar o conflito e de comprometer a estabilidade regional", e espera "que um cessar-fogo possa ser negociado e a paz reestabelecida", disse Mao Ning durante uma coletiva.
Relacionadas
Ela declarou que a "comunidade internacional deveria ter um papel eficaz e trabalhar "em conjunto" para acalmar a situação.
"A única maneira de sair do ciclo do conflito israelo-palestino é retomar as negociações de paz, implantar a solução dos dois Estados e promover uma solução global e apropriada à questão da Palestina, por meios políticos, para levar em conta todas as preocupações legitimas de todas as partes", declarou.
A China espera se envolver mais no processo de paz entre Israel e Palestina, que está estagnado desde 2014.
No domingo (8), o governo chinês disse estar "profundamente preocupado" pela situação em Israel, que deixou, até agora, pelo menos 1.100 mortos entre israelenses e palestinos.
Conselho de Direitos Humanos pede minuto de silêncio
A China, que tem boas relações com o Conselho de Direitos Humanos da ONU, observou um minuto de silêncio em homenagem "às vitimas inocentes" em Israel e Gaza, a pedido da representante dos Estados Unidos, Michèle Taylor, na abertura da sessão desta segunda-feira (9).
"Peço, neste momento solene, um minuto de silêncio para todos que estão presentes aqui hoje para honrar e lembrar das vítimas dos ataques terroristas: vidas inocentes, perdidas em Israel e Gaza, resultantes dos ataques do Hamas", disse.
Irã nega envolvimento
As acusações sobre o papel do Irã na ofensiva do Hamas contra Israel "se baseiam em motivos politicos", declarou nesta segunda-feira o porta-voz da diplomacia iraniana, Nasser Kanani.
"Teerã não interfere em decisões de outras nações, inclusive a Palestina", afirmou. "A resistência da nação palestina tem a capacidade, a força e a vontade necessárias para se defender, defender sua nação e tentar recuperar seus direitos perdidos", afirmou.
As acusações contra o Irã, completou, visam justificar a derrota de Israel. O país apoiou a ofensiva do Hamas ao território israelense, considerado como o maior desde a criação de Israel, em 1948.
Paralelamente, os Emirados Árabes Unidos, que normalizaram as relações com Israel em 2020, se disseram consternados com a tomada de civis isralenses como reféns, lançadas no sábado pelo Hamas
O Conselho de Segurança da ONU, atualmente presidido pelo Brasil, discutiu a crise neste domingo, e vários membros denunciaram o ataque do Hamas, enquanto os Estados Unidos lamentaram a falta de unanimidade.
Diplomatas relataram que o Conselho não considerou emitir uma declaração conjunta, muito menos uma resolução. Outros membros, liderados pela Rússia, esperavam uma abordagem mais ampla que incluísse a condenação ao Hamas.
O ataque do Hamas foi condenado pelo Brasil, Estados Unidos e diversos países europeus e latino-americanos.
Washington começou neste domingo a enviar ajuda militar adicional a Israel e a aproximar sua força naval do Mediterrâneo oriental, indicou o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em um comunicado.
Ajuda militar
Após o anúncio, o Hamas equiparou a ajuda militar americana a uma "agressão" contra os palestinos. "O anúncio dos EUA de que fornecerá um porta-aviões para apoiar a ocupação [de Israel] implica uma participação real na agressão contra nosso povo", disse em um comunicado.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan ofereceu sua mediação encerrar um conflito que está causando numerosas vítimas civis.
A França, por meio do Ministério das Relações Exteriores, declarou que "está ativamente trabalhando para evitar que o conflito piore, se estendendo para a Cisjordânia, o Líbano ou a região".
Com informações AFP