Brasileira Flavia Lorenzi apresenta versão feminina de "Heróides" no Teatro do Soleil em Paris

O mítico Théâtre du Soleil, de Ariane Mnouchkine, acolhe até o dia 29 de outubro a peça "Héroïdes" ("Heróides"), baseada na obra do poeta romano Ovídio. A direção e a dramaturgia são da brasileira Flavia Lorenzi, da cia de teatro Brutaflor.

O público lota o Théâtre du Soleil de Paris desde a estreia de "Heróides", no dia 11 de outubro. A peça reescreve as narrativas imaginadas por Ovídio. O poeta romano escreveu, provavelmente entre os anos 20 e 16 a.C, um conjunto de 21 cartas de amor enviadas por mulheres mitológicas (Penélope, Ariane, Medeia, Dido...) a seus amantes e maridos ausentes.

A ideia de Flavia Lorenzi foi criar um diálogo entre as vozes antigas e as vozes contemporâneas para dar uma existência moderna a esses mitos. "Eu pensei que seria uma forma de rever essas narrativas femininas e dar a elas uma nova forma de existência, colocando a mulher realmente no centro", salientou a diretora em entrevista à RFI, no momento da criação da peça, em 2021.

Criação coletiva

"Heróides" é uma criação coletiva. A obra de Ovídio foi apenas o ponto de partida. A versão em cartaz em Paris também traz textos de Hélène Cixous, Ana Maria Martins Marques e Niki de Saint-Phalle.

A adaptação e interpretação dessas narrativas de Ovidio é quase 100% feminina. São seis mulheres em cena, entre elas a atriz brasileira Rita Grillo. Apenas um homem integra a equipe, o diretor musical Baptiste Lopez.

A montagem multidisciplinar, cruzando teatro, dança e música, é baseada no conceito de coralidade que é uma marca da cia Brutaflor, fundada por Flavia Lorenzi na França em 2012. "Heróides" é a sexta produção da companhia.

Antes da temporada no Théatre du Soleil, Flavia Lorenzi apresentou a peça em 2021 no Festival Fragments, um evento que abre espaço para companhias de teatro mostrarem a primeira etapa de suas novas montagens.

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