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Que 'recados' o Brasil já enviou para dissuadir Venezuela de invadir a Guiana

Maduro apresentou mapa da Venezuela com área incorporada ao país Imagem: ZURIMAR CAMPOS / Venezuelan Presidency / AFP

Vivian Oswald;

Correspondente da RFI 

08/12/2023 08h03Atualizada em 08/12/2023 14h19

O Brasil segue monitorando os desdobramentos das tensões entre Venezuela e Guiana de perto, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já se dispôs a intermediar o diálogo entre os dois países.

O Brasil segue monitorando os desdobramentos das tensões entre Venezuela e Guiana de perto, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já se dispôs a intermediar o diálogo entre os dois países.

Os contatos de bastidores seguem intensos. Mas, por enquanto, o país ouve mais do que fala. Foi assim durante as conversas que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e com o chanceler da Venezuela, Yvan Gil, segundo interlocutores ouvidos pela RFI.

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Há 10 dias, o mensageiro do presidente tinha sido Celso Amorim. O assessor-chefe para assuntos internacionais da Presidência foi enviado a Caracas, onde se encontrou com Nicolás Maduro, com a missão de transmitir a mensagem de preocupação de Lula com a situação em Essequibo e dizer que este tipo de questão não pode ser resolvido a força.

Ao final da 63.ª cúpula do Mercosul, quatro países do Mercosul (a Bolívia, nova integrante do bloco, preferiu ficar de fora) mais Chile, Colômbia, Equador e Peru divulgaram nota em que manifestavam sua "profunda preocupação" com o que estava acontecendo e o pedido de que se evitem "ações unilaterais" que agravem ainda mais o quadro. O recado estava dado, como em Caracas, mas, desta vez, com o reforço de outros sete países da região.

O documento foi produzido a pedido de Lula, que, mais cedo, foi o porta-voz da mensagem de que não quer que a tensão entre os dois vizinhos contamine o que chamou de retomada do processo de integração regional, nem a estabilidade.

"Uma coisa que nós não queremos na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra ou de conflito", afirmou na abertura da Cúpula. A Bolívia, que está prestes a se tornar membro pleno do bloco, não aderiu ao texto.

Fim da Cúpula

O tema acabou ofuscando os resultados da cúpula, que marcavam o fim da presidência brasileira do Mercosul. Sobre o acordo Mercosul-UE, motivo de frustração justamente não poder ter sido assinado ainda durante a gestão brasileira, o ministro Mauro Vieira afirmou que é preciso aproveitar a janela de oportunidade até janeiro e fevereiro, dado que a União Europeia (UE) entrará em período eleitoral, já que em junho será eleito um novo parlamento do bloco.

Um entendimento com o Mercosul precisa ser acertado com a Comissão Europeia, mas também necessita das chancelas do Conselho e do Parlamento europeus.

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