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Putin anuncia que vai concorrer novamente à presidência da Rússia em 2024

08/12/2023 11h57

Vladimir Putin confirmou nesta sexta-feira (8) que vai disputar novamente a presidência russa nas eleições de março de 2024. O anúncio foi feito num evento especial do Kremlin para militares, incluindo alguns que lutaram na ofensiva na Ucrânia ordenada por Putin em fevereiro do ano passado

Aos 71 anos, Putin comanda a Rússia desde a virada do século, vencendo quatro eleições presidenciais e atuou brevemente como primeiro-ministro em um país onde a oposição se tornou praticamente inexistente.

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"Não vou esconder, tive pensamentos diferentes em momentos diferentes, mas este é um momento em que uma decisão tem de ser tomada", disse Putin na cerimônia. "Vou concorrer ao cargo de presidente da Federação Russa", declarou.

Putin não enfrentará grandes adversários na sua candidatura ao quinto mandato, que ele provavelmente tentará que seja o mais longo possível.

Após uma controversa reforma constitucional em 2020, o presidente russo poderá permanecer no poder pelo menos até 2036.

Grupos de defesa dos direitos humanos alertam que as eleições anteriores foram marcadas por irregularidades e que os observadores independentes serão provavelmente impedidos de monitorizar a votação.

Putin também reforçou as regras da mídia para a cobertura das eleições de 2024 em novembro, proibindo alguns meios de comunicação independentes de acessar os locais de votação.

As eleições serão realizadas durante um período de três dias, de 15 a 17 de março. A medida, segundo críticos do Kremlin, dificulta a garantia de  transparência.

Cinco grandes partidos foram autorizados a apresentar um candidato para a votação de 2024, todos apoiando o Kremlin e a ofensiva na Ucrânia.

Paródia

O rival mais conhecido de Putin, Alexei Navalny, cumpre atualmente uma pena de 19 anos de prisão por acusações que os seus apoiadores consideram falsas.

Em um comunicado divulgado na quinta-feira (7) pela sua equipe, ele encorajou os russos a votarem em "qualquer outro candidato" além de Putin e chamou as eleições de uma "paródia" do procedimento eleitoral.

Desde o lançamento do seu ataque à Ucrânia em fevereiro passado, o Kremlin tem efetuado uma repressão acirrada à dissidência, que os grupos de direitos humanos têm comparado à repressão da era soviética.

Milhares de pessoas foram detidas devido a protestos e outros milhares fugiram do país com medo de serem convocados para lutar.

A ofensiva da Ucrânia fez do chefe do Kremlin um pária entre os líderes ocidentais e a Rússia foi atingida por sanções sem precedentes destinadas a restringir o financiamento do conflito.

Mas, embora as sanções tenham inicialmente provocado um êxodo de empresas ocidentais e turbulência na indústria, a economia resistiu e os índices de aprovação interna de Putin permaneceram elevados.

Moscou reorientou grande parte das suas exportações de energia para clientes asiáticos, incluindo a China, permitindo que a Rússia continuasse a canalizar fundos para a ofensiva, agora no seu 22º mês.

Analistas dizem que Putin voltou a se sentir confiante à medida que o apoio ocidental à Ucrânia se desgasta e a contraofensiva de Kiev não consegue romper as linhas russas fortemente entrincheiradas.

Em uma tentativa de aumentar a participação nas últimas eleições presidenciais de 2018, que viram Putin vencer por uma vitória esmagadora em todas as regiões, as autoridades consideraram a votação uma batalha crucial contra os valores ocidentais.

Com informações da AFP

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