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Acordo para soltar reféns do Hamas e suspender ataques em Gaza está próximo, diz jornal

Fumaça após um ataque aéreo de Israel na cidade de Khan Younis, ao sul da Faixa de Gaza Imagem: Yasser Qudih/Xinhua

28/01/2024 07h24

Negociadores liderados pelos EUA estão cada vez mais perto de um acordo para paralisar os ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo a mídia internacional. Os confrontos entre tropas israelenses e militantes do Hamas continuam no sul do enclave. A agência da ONU para refugiados palestinos está sob pressão após denúncias de participação de funcionários nos ataques de 7 de outubro.

A notícia é manchete do New York Times deste domingo e também do britânico The Guardian, citando a agência AP, que obteve informações de dois altos funcionários da administração de Joe Biden.

Segundo o acordo, Israel suspenderia os ataques na Faixa de Gaza por cerca de dois meses em troca da libertação de mais de 100 reféns ainda detidos pelo Hamas desde os ataques de 7 de outubro.

Um esboço do documento deve ser discutido em Paris nos próximos dias.

Embora ainda existam divergências importantes a serem resolvidas, os negociadores estão cautelosamente otimistas de que um acordo final esteja próximo, informa o jornal norte-americano, que menciona fontes que exigiram anonimato.

Agência da ONU sob pressão

Tropas israelenses e milicianos do Hamas travavam combates intensos neste domingo no sul da Faixa de Gaza, continuando a empurrar milhares de deslocados que vivem em "condições desesperadoras" em direção à fronteira do território palestino com o Egito.

No território sitiado, a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) está na mira das autoridades israelenses, que acusaram alguns funcionários da organização de envolvimento no ataque do Hamas de 7 de outubro que desencadeou a guerra.

Israel pretende garantir que a UNRWA não tenha nenhum papel em Gaza após o conflito, afirmou neste sábado o chefe da diplomacia do país, Yisrael Katz. O movimento islamista palestino Hamas denunciou "ameaças" israelenses contra a agência.

Oito países suspenderam desde sexta-feira o envio de fundos à UNRWA: Estados Unidos, Austrália, Canadá, Finlândia, Reino Unido, Itália, Países Baixos e Alemanha.

O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, considerou "chocante ver a suspensão de fundos para a agência em resposta às acusações contra um pequeno grupo de seu pessoal", tendo em vista que já foram tomadas medidas e que dessa ajuda "depende a sobrevivência de dois milhões de pessoas" em Gaza.

Sobrevivência de milhões de palestinos

A Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada, instou esses países a recuar e fornecer "o máximo apoio a esta organização internacional", que implementa programas essenciais para a vida e sobrevivência de milhões de palestinos no Oriente Médio.

Os combates estão concentrados atualmente em Khan Yunis, a maior cidade do sul de Gaza e onde os dois principais hospitais abrigam milhares de deslocados.

Um deslocado de 28 anos morreu na entrada da sala de emergência do hospital Al Amal por disparos israelenses, informou o Crescente Vermelho Palestino.

Mais ao sul, centenas de milhares de civis estão aglomerados em Rafah, perto da fronteira com o Egito, onde vivem em "condições desesperadoras", segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

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