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Conheça curiosidades das eleições na terceira maior democracia do mundo: a Indonésia

11/02/2024 14h05

A Indonésia se prepara para uma das maiores eleições do mundo, organizada um único dia, na próxima quarta-feira (14), para a escolha do próximo presidente, renovar o Congresso e as câmaras locais. O arquipélago tem cerca de 17 mil ilhas e três fusos horários, o que torna o processo complexo.

A Indonésia é a terceira maior democracia do mundo, depois da Índia e dos Estados Unidos. O país do sudeste asiático, de maioria muçulmana, possui mais de 270 milhões de habitantes, dos quais quase 205 milhões são eleitores.

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Para que todos possam votar, as autoridades eleitorais preveem o transporte do material por barco, avião, cavalo e até búfalo. Há meses, milhares de voluntários preparam materiais eleitorais e mais de cinco milhões de voluntários irão se revezar para ocupar mais de 800 mil seções de votação. Para complicar ainda mais o processo, o clima também precisa ser considerado.

"A distribuição de materiais e a votação ocorrerão em plena época das chuvas", notou o presidente da comissão eleitoral, Hasyim Asyari, esperando que "o pior não aconteça" num país onde bairros inteiros são regularmente inundados.

Por todos os meios de transporte possíveis, as autoridades começaram a distribuir as urnas, sob a proteção de agentes armados, por todos os cantos do imenso arquipélago que abriga centenas de grupos étnicos e idiomas.

Na província ocidental de Lampung, na grande ilha de Sumatra, os búfalos são os únicos que conseguem percorrer os caminhos cobertos de lama para chegar a quatro aldeias isoladas, explicou à AFP o presidente da comissão eleitoral local, Marlini - que, como muitos indonésios, tem um único nome. "Este é o único meio de transporte possível", indicou.

As lanchas transportarão as cédulas para Mil-Ilhas, espalhadas ao largo de Jacarta, e navios de guerra também foram mobilizados para outras áreas.

Outra ameaça são os ataques cibernéticos. Uma força especial foi criada para a votação, a fim de proteger contra possíveis ataques internos ou externos. Várias fugas de dados, inclusive da Comissão Eleitoral Central, causaram preocupação.

Além das eleições presidenciais, que exigirão segundo turno em junho se nenhum dos candidatos obtiver a maioria, estão em jogo 20 mil assentos de câmaras regionais e locais e 580 cadeiras de deputados, disputados por 18 partidos.

Quase 1,7 milhões de indonésios que vivem no exterior já começaram a votar, alguns por correio.

Herança de Joko Widodo

Três candidatos concorrem a presidente: o atual ministro da Defesa, Prabowo Subianto, favorito a vencer, de acordo com as pesquisas; o ex-governador de Java Central, Ganjar Pranowo; e o ex-governador de Jacarta Anies Baswedan.

Um deles sucederá o presidente Joko Widodo, que depois de dois mandatos não pode concorrer novamente. O líder deixa o poder com uma alta popularidade, entre 75% e 80% de aprovação, um resultado dificilmente alcançado no Ocidente.

Em dez anos, ele impulsionou o país como um gigante econômico regional, mas também global, salienta o enviado especial da RFI a Jacarta, Nicolas Sanders. Em seus discursos, Widodo faz questão de utilizar trajes étnicos em vez de roupas ocidentais, para melhor realçar a rica herança cultural da Indonésia.

Desde 2014, quando chegou ao poder, ele insiste na mensagem de que os indonésios podem e devem confiar em si mesmos para que a nação possa progredir. Chegou até a dar um nome a este slogan, a "revolução mental", que visa despontar o país, imenso, em todos os níveis do seu desenvolvimento.

Também governou com mão forte contra a criminalidade: no seu governo, até um brasileiro, Rodrigo Gularte, não escapou da condenação à morte por tráfico internacional de drogas, apesar da mobilização da diplomacia brasileira para salvá-lo, e foi executado em 2014.

Potência econômica

Em 2024, o país se tornará a quinta maior economia do mundo, substituindo o Reino Unido, segundo projeções do Banco Mundial e do FMI. Há oito anos, a Indonésia nem sequer estava entre os 30 primeiros deste ranking.

A razão essencial desta súbita aceleração é o crescimento da classe média, que era quase inexistente há cerca de 15 anos no arquipélago. O país, há muito dominado por uma classe pobre que representa três quartos dos seus habitantes, também abriga uma classe de super-ricos minoritária, mas dona de todas as engrenagens econômicas do país.

Prabowo Subianto, 72 anos, lidera as pesquisas graças à presença ao seu lado, como candidato a vice-presidente, do filho mais velho de Widodo, Gibran Rakabuming Raka, 36 anos. "Lutaremos para trazer prosperidade a todos os indonésios", prometeu Prabowo no sábado, durante um comício de encerramento de campanha em Jacarta.

As pesquisas de intenções de voto indicam que ele teria 51,8% das cédulas, o que garantiria vitória já no primeiro turno. Subianto está bem à frente dos outros dois candidatos: Anies Baswedan aparece com cerca de 24% das intenções de voto e Ganjar Pranowo, com menos de 20%.

Com informações da AFP

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