Topo

Casos de Covid na França aumentam às vésperas das férias de verão e dos Jogos Olímpicos de Paris

16/06/2024 10h08

Mais de quatro anos após o início da pandemia, há vários sinais de aumento da circulação do vírus da Covid não só na França, como em outros países europeus, às vésperas do recesso escolar de verão no continente e dos Jogos Olímpicos em Paris.

"Tudo começou com suores durante a noite e pernas trêmulas. No início, coloquei a culpa nas mudanças bruscas do tempo. Até que uma colega me disse: 'Cuidado, o Covid está voltando!' Fiquei surpresa, mas fui fazer o teste depois do trabalho, e deu positivo", relata Rita, uma moradora da região parisiense de 40 anos. "É a minha segunda vez com Covid, e estou tossindo muito, está piorando a minha asma", acrescenta.

Relacionadas

No hospital ou em consultas com clínicos-gerais, "os atendimentos por suspeita de Covid-19 continuam aumentando há oito semanas", embora ainda sejam modestos, observou a Santé Publique France, o serviço nacional de saúde, na quarta-feira.

Esse aumento é "cada vez mais acentuado", tanto nos pronto atendimentos (+52% em uma semana), quanto pelo serviço médico em domicílio, o SOS Médecins (+51%, com 1.507 atendimentos de 3 a 10 de junho).

Os jovens foram os primeiros a testemunhar o retorno do Covid, na esteira dos concertos da cantora americana Taylor Swift em Paris, em maio. Nas redes sociais, fãs exibiram seus testes positivos ou incentivaram outros "Swifties" a fazerem o teste.  

"Após um longo período de baixa atividade", vários países europeus estão enfrentando um ressurgimento epidêmico nas últimas semanas, relatou recentemente o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). "A volta era previsível", disse à AFP Mircea Sofonea, epidemiologista da Universidade de Montpellier e do CHU de Nîmes.  

As causas são "um declínio imunológico" da população, mas também "um escape imunitário" dos novos subvariantes do vírus, todos membros da linhagem Ômicron JN.1, segundo o especialista. A proteína Spike, que permite ao SARS-CoV-2 penetrar nas células hospedeiras, parece apresentar mutações-chave nessas variantes.  

Recomendações médicas

"Não há elementos que indiquem que essa nova onda causará um impacto sanitário maior que as duas anteriores", de acordo com Mircea Sofonea.

Nada sugere uma maior gravidade das variantes atuais, incluindo um novo derivado do Ômicron, chamado KP.2 e apelidado de "FLiRT", detectado na Europa e nos Estados Unidos. 

Embora, desde maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde não considere mais a pandemia uma emergência sanitária global, ela lembra regularmente que o SARS-CoV-2 "continua a circular e a evoluir". O risco de uma variante mais perigosa permanece.  

"A evolução do Ômicron desde o final de 2021 nos mostra o quanto a evolução do SARS-CoV-2 está longe de ser linear: linhagens mais antigas se diversificam e se recombinam", observou o epidemiologista.  

E embora o SARS-CoV-2 tenha o potencial de se tornar sazonal, segundo vários especialistas, isso ainda não é uma realidade. 

Com o tempo e as ondas, o impacto da Covid nas hospitalizações e mortes diminuiu significativamente, graças ao alto nível de imunidade adquirida pela vacinação e/ou infecções. Mas o risco não é zero e ainda há a possibilidade de desenvolver a Covid longa.

Se as vacinas perdem, ao longo do tempo, a eficácia contra infecções, elas continuam muito protetoras contra formas graves, reiteram as autoridades sanitárias.  

Uma nova campanha, direcionada aos maiores de 80 anos e aos mais vulneráveis, começou em meados de abril na França.

Para melhor acompanhar as mutações do vírus, a OMS recomendou no final de abril formulações direcionadas à linhagem JN.1 para futuras vacinas anti-Covid.

O uso de máscara continua recomendado, especialmente em caso de sintomas, em locais movimentados e na presença de pessoas vulneráveis.

  E a prudência permanece essencial para os Jogos Olímpicos. Pois o coquetel de "aglomeração, proximidade, contexto convivial favorece a transmissão do SARS-CoV-2, assim como de outros vírus respiratórios", lembrou Mircea Sofonea.

Com informações da AFP

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Casos de Covid na França aumentam às vésperas das férias de verão e dos Jogos Olímpicos de Paris - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas notícias