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Partidos encerram apresentação de candidaturas para eleições legislativas na França; extrema direita lidera pesquisas

16/06/2024 14h22

O prazo de apresentação das candidaturas às eleições legislativas antecipadas na França, que acontecem nos dias 30 de junho e 7 de julho, terminou às 18h no horário local deste domingo (16). Os eleitores escolherão os 577 novos deputados, após a dissolução da Assembleia Nacional, anunciada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

A decisão foi anunciada pelo chefe de Estado francês após o partido de extrema direita Reunião Nacional ter obtido o melhor resultado nas eleições europeias, em 9 de junho. Na França, a legenda venceu com 30% dos votos, quase o dobro do partido do governo, Renascimento.

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O encerramento das candidaturas, neste domingo, foi marcado pela desistência de Adrien Quatennens, do partido A França Insubmissa, do líder de extrema esquerda Jean Luc Mélénchon. 

Condenado por violência doméstica em 2022, ele desistiu de concorrer a uma vaga na Assembleia Nacional para, segundo ele, não prejudicar a Nova Frente Popular - a aliança formada por partidos de esquerda, extrema esquerda e ecologistas para enfrentar a extrema direita.

Em uma coletiva à imprensa neste domingo, Quatennens justificou que "toda a energia deve ser usada para derrotar a extrema direita", dizendo que sua candidatura poderia prejudicar a Nova Frente Popular.

Após as manifestações contra a extrema direita neste fim de semana, que reuniram 250.000 pessoas em toda a França, incluindo 75.000 em Paris, segundo a polícia, a aliança de esquerda tem se esforçado para superar as diferenças, apesar da heterogeneidade dos seus membros que concorrem às eleições legislativas. Entre eles estão o ex-operário da Ford, Philippe Poutou, do NPA (partido anticapitalista), ex-candidato à presidência em 2022, e o ex-presidente François Hollande.

Base do governo busca apoio

Em busca de mais coesão contra a extrema direita, o polêmico líder da extrema esquerda, Jean Luc Mélenchon, declarou que não iria reivindicar o cargo de primeiro ministro em caso de vitória da aliança nas eleições. "Se você acha que eu não deveria ser primeiro-ministro, eu não serei. Eu nunca serei o problema", disse o candidato em entrevista ao canal France 3. "Cabe aos partidos que compõem a coligação" de esquerda "tomar a decisão certa".        

Já a base do governo tenta se reconstruir sob a liderança do primeiro-ministro Gabriel Attal. Ele aposta no poder aquisitivo para atrair o eleitorado e prometeu, no sábado à noite, várias medidas em caso de vitória, como uma redução de 15% nas contas de eletricidade "a partir do próximo inverno" ou um aumento no valor do chamado bônus "Macron", pago pelas empresas aos seus funcionários, confirmando que as pensões seriam indexadas à inflação.   

"Não acredito que o anúncio de gastos adicionais seja a resposta", alertou neste domingo François Bayrou, presidente do MoDem, o partido de centro, aliado do governo, que está muito atrás nas pesquisas e tenta ampliar sua base.  Em caso de vitória, "teremos que considerar reunir em um governo personalidades que haviam se distanciado umas das outras", disse Bayrou.

Já o partido de Direita Os Republicanos está em crise após seu presidente, Eric Ciotti, optar pelo apoio ao Reunião Nacional. Sem condená-lo diretamente, o ex-presidente Nicolas Sarkozy denunciou a aliança. Segundo ele, esse é um erro estratégico, porque o partido corre o risco de se tornar um simples "auxiliar" do Reunião Nacional.   

De acordo com uma pesquisa divulgada neste domingo, de cada três franceses apoia o Reunião Nacional. A líder do partido na Assembleia, Marine Le Pen, declarou que não pedirá a renúncia do presidente Macron caso a legenda vença as eleições.

Com informações da AFP

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