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Possível chegada da extrema direita ao poder preocupa alto funcionalismo público na França

17/06/2024 10h18

Diante da possível chegada da extrema direita ao poder na França, os jornais desta segunda-feira (17) escrevem sobre o medo crescente entre altos funcionários do Estado, que segundo reportagens, se questionam entre a obrigação da continuidade do trabalho e a consciência pessoal.

Le Monde descreve "uma atmosfera de contagem regressiva antes do impacto de um meteorito", como está sendo classificada a possível entrada de Jordan Bardella, 28 anos, em Matignon, sede do governo francês, no cargo de primeiro-ministro. De acordo com o texto do vespertino, o Reunião Nacional (RN), partido de Bardella, esperaria até os Jogos Olímpicos de Paris 2024 para só depois mudar nomes em cargos-chave, como a chefia de Polícia, o Tesouro e o orçamento. A questão levantada pelo jornal é a solidez das instituições francesas diante de uma extrema direita no poder. 

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Segundo a imprensa francesa, haveria atualmente três tipos de profissionais entre os altos cargos da República: os que irão recusar trabalhar com a extrema direita e poderiam, portanto, se demitir; os que ficarão na tentativa de zelar pelos princípios republicanos "por dentro" e os que deverão aceitar servir a "um governo eleito democraticamente" e mesmo aderir à certas teses do RN.

O assunto também é discutido pelo jornal Libération: "partir, resistir ou trabalhar com eles", pergunta a reportagem, que traz suposições sobre como o alto funcionalismo francês reagiria à chegada da extrema direita ao poder, em caso de vitória do RN nas eleições legislativas marcadas para 30 de junho e 7 de julho.

Muitos já se preparam para a coabitação entre Emmanuel Macron na presidência e Jordan Bardella no Matignon, afirma o Libé, após entrevistar altos funcionários públicos, como pesquisadores, procuradores, secretários de segurança, conselheiros de contas públicas ou de bancos com participação estatal.    

Uma das razões para isso é o Código geral do funcionalismo público, que estabelece que "o agente deve se conformar às instruções de seu superior hierárquico, com exceção apenas se a ordem for ilegal ou contrária ao interesse público". Ou seja, recusa de obediência poderia equivaler a "falta profissional", esclarece o jornal, destacando que a menos diante de exceções pontuais, "a continuidade do Estado deverá prevalecer". 

A reportagem termina dizendo que passada "a sideração" de ver que o RN chegou na frente em 93% dos municípios, agora "é a preocupação que domina o aparelho do Estado".  

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