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Líderes da União Europeia se reúnem em Bruxelas para nomeação de cargos-chave para o futuro do bloco

27/06/2024 14h41

Os 27 chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) chegaram a Bruxelas nesta quinta-feira (27) para uma cúpula que deverá decidir quem serão os três lideres em posições-chave nas instituições europeias. As três alianças políticas da maioria no Parlamento Europeu decidiram renovar a sua coligação para os próximos cinco anos e as nomeações estão quase garantidas.

Com o nosso correspondente em Bruxelas, Pierre Bénazet

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A escolha dos nomes de quem deve liderar a Comissão Europeia, a diplomacia e o Conselho Europeu já foi assegurada, de acordo com os três partidos da coligação. A direita, os sociais-democratas e os liberais centristas chegaram a um acordo na terça-feira (25) sobre a lista final.

Ursula von der Leyen deverá permanecer na Comissão, o antigo primeiro-ministro português, o socialista Antonio Costa, presidirá o Conselho Europeu que reúne chefes de Estado e de governo, enquanto a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, vai liderar a diplomacia da União Europeia.

Os três nomes serão submetidos à aprovação de todos os dirigentes: a esmagadora maioria deles pertence a uma destas três famílias (direita, centro, sociais-democratas).

Porém, a escolha é vista como uma imposição por três países que não são liderados por um membro dessa coligação. É o caso da Itália, governada pela extrema direita de Giorgia Meloni, cujo partido deu um salto nas eleições para o Parlamento europeu. Uma negociação poderia levar a um prêmio de consolação, como a promessa de mais protagonismo do comissário italiano. Esta poderia ser uma decisão estratégica dos demais para persuadir Roma, mas a Itália não tem meios para se opor a uma decisão tomada por uma esmagadora maioria de 24, dos 27 países.

Os europeus estariam, no entanto, interessados em aparar as arestas sobre decisões que envolvem o seu futuro comum. Deixada de fora das negociações entre os três grupos políticos, a chefe do governo ultraconservador italiano, Giorgia Meloni, havia denunciado, na véspera, em Roma, as ações de uma "oligarquia".

"A esperança, claro, é que todos apoiem esta proposta (...) todos os 27 são igualmente importantes", disse o chanceler alemão, Olaf Scholz. "Não há Europa sem Itália", defendeu.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, também denunciou, nesta quinta-feira, à margem da cúpula, "um acordo vergonhoso" sobre posições-chave da UE, depois da exclusão da extrema direita no acordo. "Os eleitores europeus foram enganados", disse ele no X. A direita "formou uma coligação de mentiras com a esquerda e os liberais. Não apoiamos este acordo vergonhoso!", acrescentou o premiê.

 

 

Esta cúpula é realizada três dias antes das eleições legislativas antecipadas na França, nas quais o Reunião Nacional (extrema direita) está na liderança. Questionado se a eleição "lançou uma sombra" sobre a UE, Viktor Orbán disse que pelo contrário, ela trouxe um "raio de sol", acreditando que "grandes coisas podem acontecer (na França) no domingo".

Adoção de uma agenda estratégica e apoio à Ucrânia

Outro tema importante desta cúpula é a agenda estratégica que os 27 irão adotar como prioridades para os próximos anos. Prosperidade, democracia e segurança são os três eixos principais desta agenda. E na segurança, permanece o desejo de apoiar a Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também está em Bruxelas. Ele foi assinar um pacto de segurança, através do qual a UE fixa todos os seus compromissos em termos de segurança e defesa. Apoio financeiro, fornecimento de armas e equipamento militar, desminagem, formação de soldados, defesa cibernética e reconstrução são alguns dos pontos incluídos neste documento de elevado peso simbólico.

"Há muito tempo que esperávamos por isto", declarou o presidente ucraniano. Todos: civis, os nossos heróis no front, sabem o quanto queremos estar na União Europeia. Hoje damos um passo histórico com esse apoio que pode abrir o processo de adesão. Isto é muito importante para todos nós e para a Ucrânia", disse Zelensky.

(Com RFI e AFP)

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