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Biden confunde Zelensky com Putin e Kamala Harris com Trump em encerramento da cúpula da Otan

12/07/2024 04h46

A semana de comemoração dos 75 anos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi eclipsada pela atual crise de credibilidade que afetou a candidatura de Joe Biden. O presidente americano fez anúncios importantes, como o pacote de US$ 225 milhões (o equivalente R$1,225 bilhão) dos EUA para reforçar a defesa aérea da Ucrânia, que inclui o envio de mísseis Patriot. Mas, toda a atenção esteve voltada para as dúvidas sobre o estado de saúde de Biden, em plena campanha para a reeleição.

Luciana Rosa, correspondente da RFI nos EUA

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A coletiva de imprensa de Biden no encerramento da cúpula foi a primeira em oito meses e era um dos eventos mais aguardados. O presidente respondeu às perguntas dos jornalistas sobre os pedidos feitos por poderosos aliados, como a congressista Nancy Pelosi, para que ele renunciasse à candidatura. O presidente americano descartou a possibilidade e alegou que "precisa terminar o trabalho" iniciado em 2020.

Durante a coletiva, Biden conseguiu mostrar que ainda é capaz de articular respostas complexas. No entanto, ao responder uma pergunta sobre as qualidades da vice Kamala Harris para substitui-lo como candidata, ele a confundiu com seu adversário.

"Veja bem, eu não teria escolhido o vice-presidente Trump para ser vice-presidente se achasse que ele não está qualificado para ser presidente", declarou Biden, que está com 81 anos.

Poucas horas antes, Biden trocou o nome do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky pelo o do russo, Vladimir Putin, ao convocar o líder ucrâniano ao púlpito da cúpula da Otan. O erro foi corrigido rapidamente, pelo próprio presidente americano. Zelensky riu com a confusão, mas a imprensa reagiu com preocupação.

Otan anuncia investimentos

A Ucrânia caminha de maneira "irreversível" para se tornar membro da Aliança, um caminho que terá início assim que a guerra contra a Rússia terminar, de acordo com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.  A aliança disse que investirá pelo menos US$ 43 mil milhões em ajuda militar a Kiev no próximo ano.

Os Estados Unidos, a Dinamarca e a Holanda também anunciaram o envio do  primeiro lote de caças F-16 para a Ucrânia e a Polônia prometeu ajudar com o treinamento militar de uma unidade de ucranianos residentes no país, antes de seu retorno a Kiev.

A Aliança ainda anunciou que pretende estabelecer um novo centro de comando na Alemanha destinado a realizar treinamento militar e coordenar a logística do envio de armas à Ucrânia.

Já a Noruega anunciou a doação de U$92,69 milhões (R$505 milhões) em apoio ao país para incrementar sua defesa aérea. O país já havia confirmado o envio de seis caças F-16 ao país de Zelensky.

Contatos com Moscou

A Aliança reiterou que não "representa nenhuma ameaça para a Rússia" e acrescentou que seus líderes continuam dispostos a "manter canais de comunicação com Moscou". Biden disse estar aberto ao diálogo com Putin.

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, advertiu sobre o estreitamento de laços entre o Kremlin e a Coreia do Norte e reiterou que essa aproximação é "lembrete nítido do fato de que a segurança europeia e a segurança do Indo-Pacífico são indivisíveis".

A China foi duramente criticada por ser um "facilitador decisivo" de componentes para a construção de armas que a Rússia tem usado para atacar a Ucrânia. Os aliados exigiram que Pequim deixe de ajudar Putin, mas sem especificar quais seriam as consequências para Xi Jinping, caso ele não respeite essa decisão.

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