Violentos protestos em Bangladesh deixam dezenas de mortos neste domingo
Pelo menos 55 pessoas morreram e várias ficaram feridas neste domingo (4) em Daca, em Bangladesh, onde a polícia usou gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral para dispersar dezenas de milhares de manifestantes que exigiam a renúncia da primeira-ministra, Sheikh Hasina.
Entre os mortos estão "pelo menos 14 policiais", afirmou o porta-voz da força de segurança, Kamrul Ahsan. Há também ao menos 300 agentes feridos.
O Ministério do Interior decretou um toque de recolher em todo o país e por tempo indeterminado neste domingo. Esta é a primeira vez que o governo toma a medida desde a retomada do movimento de protesto contra a premiê, no mês passado.
As manifestações, impulsionadas pelas organizações estudantis, começaram após a reeleição de Sheikh Hasina em janeiro para um quarto mandato consecutivo. A premiê de 76 anos está no poder desde 2009. A eleição foi boicotada pelo principal partido da oposição.
"Aqueles que estão protestando nas ruas não são estudantes, mas terroristas que querem desestabilizar a nação", disse Sheikh Hasina após uma reunião com as autoridades de segurança do país. "Peço aos nossos concidadãos que erradiquem esses terroristas", acrescentou.
Milhares de pessoas lotaram neste domingo a praça Shahbagh, no centro da capital Daca.
"Houve confrontos entre estudantes e homens do partido governista", declarou à AFP o chefe polícia Al Helal. Outro policial, que pediu para não ser identificado, declarou que Daca virou um "campo de batalha".
Acesso bloqueado
Pela segunda vez desde que os protestos foram retomados no mês passado, o governo decidiu bloquear o acesso à internet, segundo as operadoras locais.
Os confrontos com as forças de segurança deixaram pelo menos 230 mortos no país de 170 milhões de habitantes.
Grupos de defesa dos direitos humanos acusam o governo de utilizar indevidamente as instituições do Estado para permanecer no poder e acabar com a oposição.
(Com informações da AFP)
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