EUA: primeiro comício de Harris e Walz mostra que não faltam talentos no Partido Democrata
A desistência de Joe Biden à reeleição deixou no ar dúvidas sobre a falta de sucessores à altura do cargo dentro do Partido Democrata. Para a imprensa francesa, os questionamentos foram afastados após o primeiro comício da campanha de Kamala Harris e Tim Walz. A escolha do candidato a vice-presidente dos Estados Unidos é analisada pelos jornais franceses nesta quarta-feira (7).
A 90 dias das eleições e antes da confirmação da candidatura de Harris na convenção de Chicago, que começa em 19 de agosto, o comício de terça-feira (6) na Filadélfia (Pensilvânia) permitiu aos eleitores democratas retomar a energia e a esperança das campanhas de Barack Obama, compara o Le Monde. Para o jornal, isso prova que no Partido Democrata não faltavam talentos com idades entre 50 e 60 anos, capazes de assumir o comando depois da desistência de Biden.
Quando Harris e Walz entraram no palco "foi um espetáculo de alegria, força e entusiasmo, como não se via há muito tempo", diz o Le Monde.
O comício foi realizado em um auditório de 10 mil lugares na Filadélfia, mas o espetáculo e o debate público também aconteceram na rua, ressalta o diário econômico Les Echos, que procurou ouvir a opinião de eleitores democratas. Alguns entrevistados não escondiam a decepção com a escolha do desconhecido Walz, no lugar do popular governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, dado como favorito para o cargo.
'Homem branco do centro-oeste'
A candidata a presidente e seu vice entraram no palco como "velhos amigos", diz a publicação. O jornal observa que, apesar de que entre os eleitores poucos tinham ouvido falar de Walz, todos concordavam que ele tem o que falta a Harris. Walz é um homem branco do centro-oeste que deve tranquilizar os que se preocupam com uma candidata "progressista negra da Califórnia".
"Tim Walz, um 'cara' da classe média ao lado de Kamala Harris", diz a manchete do Le Figaro. O jornal explica que os ataques do governador do Minnesota em entrevistas recentes, dizendo que o candidato a vice do Partido Republicano na chapa de Donald Trump, J.D. Vance, era um sujeito "estranho", viralizaram nas redes sociais e colocaram Walz sob os holofotes. Para o jornal francês, o vice de Harris não tem somente um currículo que tranquiliza o americano moderado, mas também um talento para falar em público necessário para enfrentar Trump e Vance.
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