Kiev e outras regiões da Ucrânia são alvo de ataques russos em represália à ofensiva em Kursk

Grande parte da Ucrânia esteve sob alerta aéreo durante a madrugada de domingo (11), especialmente na capital Kiev e arredores, onde os ataques russos resultaram em duas mortes e vários feridos. As forças ucranianas, por sua vez, estão engajadas em várias ofensivas, tanto na frente oriental em território russo quanto no Mar Negro.

O ataque russo começou por volta da meia-noite, em uma ofensiva em grande escala que atingiu várias regiões ucranianas, incluindo Kiev. Em Brovary, um subúrbio da capital,  um homem de 35 anos e o filho de 4 anos foram mortos. Outras três pessoas, incluindo um adolescente, ficaram feridas. Os mísseis russos, interceptados pela defesa antiaérea ucraniana, caíram sobre edifícios residenciais.

Outras regiões, como Poltava e Khmelnytskyi, também foram atingidas por ataques. Em Kramatorsk, bombardeios foram ouvidos nesta manhã perto do mercado da cidade, conforme relata a enviada especial da RFI à Ucrânia, Emmanuelle Chaze. Nessa região, os bombardeios são diários, já que está a apenas cerca de 20 km da linha de frente.

A Ucrânia também continua suas operações de libertação de seu território, com ações no Mar Negro. Embora menos comentadas devido às incursões em Kursk, várias operações especiais estão sendo realizadas no Mar Negro, na faixa litorânea de Kinburn, na região de Mykolaiv, na foz do Dnipro, ocupada pelos russos desde 2017. Essas operações, coordenadas pelas forças especiais ucranianas, resultaram na morte de cerca de trinta soldados russos e na destruição de seis veículos blindados, segundo Kiev. Esse é o segundo ataque do tipo, após uma operação anterior na ilha de Tendra, ao largo da costa da parte ocupada do oblast de Kherson.

Além disso, desde o início da semana, as forças ucranianas estão em ofensiva na fronteira russa, na região de Kursk, onde foi declarado estado de emergência, marcando uma das incursões mais significativas em território russo desde a invasão em grande escala da Ucrânia pelas tropas de Moscou, em fevereiro de 2022.

A operação levou Moscou a declarar na sexta-feira um regime "antiterrorista" para tentar conter a ofensiva. O presidente Zelensky reconheceu que essas operações visam "deslocar a guerra" para o território russo.

Kursk desloca habitantes

Treze pessoas ficaram feridas na província de Kursk, na Rússia, por destroços de um míssil ucraniano que atingiram um edifício, informou neste domingo as autoridades locais.

Setenta e seis mil habitantes de Kursk  foram deslocados para "locais seguros".

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As unidades ucranianas que entraram na terça-feira na província de Kursk avançaram vários quilômetros, segundo analistas independentes.

A agência nuclear da Rússia, Rosatom, informou que a incursão ucraniana representava uma "ameaça direta" a uma usina localizada a menos de 50 quilômetros da zona de combate.

Belarus, um aliado próximo da Rússia, mas não diretamente envolvido nas hostilidades, ordenou neste sábado o envio de tropas, unidades aéreas, sistemas de defesa antiaérea e foguetes para perto da sua fronteira com a Ucrânia.

(com AFP)

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