Apesar de 'contexto internacional incerto', Cepal mantém previsão de crescimento do Brasil

A Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) revisou para baixo, nesta terça-feira (13), a projeção de crescimento regional para 2024, de 2,1% para 1,8%, em um "contexto internacional incerto". Países como México e Argentina tiveram perspectivas de expansão reduzidas, enquanto Brasil e Colômbia devem manter o ritmo de crescimento esperado.

Espera-se que a "América Latina e o Caribe continuem com uma trajetória de baixo crescimento" determinado "por um nível elevado de inflação e taxas de juros que se mantêm altas em nível mundial", destacou a Cepal em um relatório, um dos mais importantes dessa comissão econômica regional das Nações Unidas.

"Essa situação pode se ver agravada por um possível aumento das tensões geopolíticas e comerciais, assim como pela piora dos efeitos da mudança climática", destacou o organismo dependente da ONU, com sede em Santiago, que batizou o estudo de "Armadilha de baixo crescimento, mudança climática e dinâmica do emprego".

Mesmo se para países como Venezuela (5%), Chile (2,6%), Peru (2,6%), Costa Rica (4%), Nicarágua (1,9%), El Salvador (3,55%) e República Dominicana (5,2%), a organização melhorou a projeção, no plano regional, a Cepal apontou que o crescimento "se vê dificultado por uma perda de poder aquisitivo dos lares" e pela "postura restritiva da política monetária" - com taxas altas -, que afeta a demanda interna e desincentiva o investimento.

Os países que mais chamam a atenção são México e Argentina, com projeções abaixo do estimado em maio, 1,9% e -3,6%, respectivamente.

Já para a economia brasileira, a Cepal mantém para este ano uma projeção de 2,3% de expansão do PIB. A projeção da Colômbia também se mantém igual, em 1,3%.

O estudo da CEPAL avalia que a América Latina e o Caribe permanecerão em trajetória de baixo crescimento este ano, a uma taxa média de 1,8%. Esse ritmo lento será observado em todas as sub-regiões, com a América do Sul crescendo 1,5%; a América Central e o México, 2,2%; e o Caribe (excluindo a Guiana), 2,6%.

Uma década de crescimento em baixa

De acordo com o relatório, ao longo da última década, os países latino-americanos apresentaram baixo crescimento econômico, com uma taxa média de 0,9% no período de 2015 a 2024. Diante da constatação, a entidade preconiza que "combater a armadilha do crescimento, aumentar o emprego e criar empregos de maior produtividade requer o fortalecimento de políticas de desenvolvimento produtivo que sejam complementadas por políticas macroeconômicas, trabalhistas e de adaptação e mitigação das mudanças climáticas", enfatizou o secretário Executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs.

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Até 2025, espera-se que a região como um todo cresça 2,3%, uma recuperação que seria explicada, em particular, pelo desempenho da América do Sul, cujo crescimento deverá a chegar a 2,4%.

(Com agências)

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