Trabalhadores da maior mina de cobre do mundo estão em greve no Chile
Os trabalhadores de Escondida, a maior mina de cobre do mundo, localizada no norte do Chile, continuam em greve nesta quarta-feira (14), depois do fracasso das negociações com a multinacional australiana BHP. Os funcionários pedem um novo acordo coletivo.
As atividades da mina de Escondida, que opera em Antofagasta, 1.200 km ao norte de Santiago, foram paralisadas na terça-feira, 13 de agosto.
"Hoje (terça) começou a greve legal dos membros do Sindicato dos Trabalhadores, depois de não terem chegado a acordo com a Escondida-BHP", afirmou o sindicato em comunicado.
Segundo o sindicato, entre suas reivindicações estavam o aumento do tempo de descanso, o ajuste dos "bônus variáveis" e a indenização dos trabalhadores demitidos por todo o tempo de atividade, e não até o teto máximo de 11 anos, conforme estabelecido pela legislação trabalhista chilena.
De acordo com a mídia local, a BHP ofereceu a cada um dos 2.400 trabalhadores um bônus equivalente a US$ 28.900 (R$ 157.320) para encerrar a disputa trabalhista, entretanto o sindicato exige US$ 36.000 (R$ 196.000).
A empresa lamentou a decisão dos trabalhadores, "dado que ao longo do processo fizeram esforços consecutivos para apresentar propostas que contivessem melhorias substanciais ao atual contrato, que já é um dos melhores instrumentos coletivos do setor".
Exploração milionária
Escondida é a mina com maior produção de cobre do mundo. Em 2023 extraiu 1,1 milhão de toneladas, o equivalente a 5,4% da oferta mundial do metal (20,262 milhões de toneladas).
Os trabalhadores de Escondida recebem salários bem acima da média nacional, embora em linha com os salários pagos pela poderosa indústria do cobre do Chile, que gera entre 10% e 15% do PIB nacional.
Em 2017, os trabalhadores fizeram uma greve que durou 44 dias, a mais longa da história da mineração chilena, que gerou perdas de US$ 740 milhões. A paralisação teve como consequência o encolhimento de cerca de 1,3% do PIB chileno naquele ano.
O cobre, juntamente com o lítio - metal cujo Chile é o segundo maior produtor no mundo -, são matérias-primas críticas para a fabricação de baterias.
(Com AFP)
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