Filho de ator da TV espanhola é condenado à prisão perpétua por esquartejar namorado na Tailândia
A Justiça tailandesa condenou à prisão perpétua o chef espanhol Daniel Sancho Bronchalo, filho do ator Rodolfo Sancho, estrela da TV espanhola. O chef foi julgado por matar e esquartejar o cirurgião plástico colombiano Edwin Arrieta na ilha turística de Koh Pha Ngan, no sul do reino.
Valentin Cebron, correspondente da RFI em Bangcoc
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O caso ocorreu na ilha turística de Koh Pha Ngan, no sudoeste do país, no Golfo da Tailândia. Daniel Sancho é filho do ator Rodolfo Sancho e neto de Sancho Garcia, ambos astros da TV espanhola.
O chef espanhol, de 30 anos, foi preso em agosto de 2023 pela polícia tailandesa depois que sacolas plásticas contendo partes do corpo de Edwin foram encontradas em um aterro sanitário na ilha. Os dois eram namorados se conheceram um ano antes nas redes sociais.
Foi o próprio Daniel Sancho que relatou o desaparecimento da vítima. Mas ele rapidamente confessou aos investigadores que era o autor do homicídio e que desmembrou o cadáver antes de jogar os restos nos quatro cantos de Koh Pha Ngan e no mar.
Condenado por homicídio doloso, com intenção de matar, o chef espanhol negou que o crime foi premeditado. Ele diz que agiu em legítima defesa e afirma que o cirurgião colombiano tentou estuprá-lo, o que gerou uma briga.
Julgamento começou em abril
O julgamento começou em abril passado na ilha vizinha de Koh Samui. O pai do réu, Rodolfo Sancho, esteve várias vezes na ilha, onde seu filho Daniel está preso.
O caso ganhou as manchetes na Espanha, a mais de 10 mil quilômetros de distância, em razão da celebridade dos pais do réu. Segundo a imprensa espanhola, jornalistas fingiram ser parentes do detido para tentar entrevistá-lo, enquanto outros tentaram subornar a polícia para obter fotos exclusivas.
De acordo com um investigador, citado pelo diário espanhol El Mundo, a ilha tailandesa nunca esteve tanto nos holofotes. A plataforma americana HBO dedicou um documentário ao caso.
Os pais do colombiano Edwin Arrieta sempre disseram que preferem a prisão perpétua à pena de morte, que ainda pode ser aplicada na Tailândia em caso de assassinato.
O reino é um dos 55 países do mundo, segundo a Anistia Internacional, que ainda mantém a pena, mas raramente a aplica. O último réu executado por injeção letal em 2018 foi um homem de 26 anos, condenado por assassinato.
Uma pesquisa realizada no mesmo ano, alguns dias após a sentença de morte, indicou que a maioria dos tailandeses era a favor da pena capital para crimes graves.
O Camboja e as Filipinas são os únicos países do Sudeste Asiático na região que aboliram a pena de morte.