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Edmundo González, rival de Maduro e candidato da oposição venezuelana, chega à Espanha

08/09/2024 12h45

O avião com o candidato de oposição venezuelano Edmundo González, que disputou a eleição presidencial com Nicolás Maduro em 28 de julho, pousou neste domingo às 16h no horário local (11h de Brasília) na região de Madri, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Espanha.
 

 

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"O avião da Força Aérea Espanhola que transporta Edmundo González para a Espanha acaba de pousar na Base Aérea de Torrejón de Ardoz (Madri)", anunciou o ministério em um comunicado. González veio ao país com a esposa.

Para a líder opositora María Corina Machado, González precisava deixar o território venezuelano para "preservar sua liberdade e sua vida", em meio à "brutal onda de repressão".

"A vida dele corria perigo, e as crescentes ameaças, intimações, mandados de prisão e, inclusive, tentativas de chantagem e coação demonstram que o regime não tem escrúpulos nem limites em sua obsessão em silenciá-lo e tentar subjugá-lo", escreveu Machado na rede social X.

"Diante dessa realidade, é necessário para nossa causa preservar sua liberdade, sua integridade e sua vida", completou.

Edmundo González Urrutia, que contestou a reeleição do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho, deixou a Venezuela depois de ignorar três intimações sucessivas para comparecer diante dos promotores, temendo ser detido.

Ele "pediu para se beneficiar do direito de asilo", disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albaresa, na TV, dizendo que o governo aceitou o pedido.   

Opositor "está bem", diz chanceler espanhol

Albares disse que conversou com González Urrutia enquanto estava no avião para a Espanha, e disse que opositor venezuelano estava "bem".   

A Espanha, reitera, exige que as atas das seções eleitorais usadas durante a eleição presidencial sejam apresentadas e "possam ser verificadas". O país "não reconhecerá nenhuma suposta vitória" de Maduro se essas condições não forem atendidas, alertou.   

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garantiu no sábado que a Espanha "(não abandonará)" González Urrutia, descrito como um "herói".    

O líder da oposição venezuelana era alvo de um mandado de prisão desde 3 de setembro por não comparecer a três intimações do Ministério Público por "desobediência às leis", "conspiração", "usurpação de funções" e "sabotagem".

A oposição e muitos observadores internacionais consideram que o Judiciário atualmente está sob as ordens do governo.

O país latino-americano mergulhou em uma crise política desde a reeleição de Nicolás Maduro  para um terceiro mandato de seis anos. A vitória foi contestada pela oposição.          

"Dia triste para democracia", diz Borrell

"Hoje é um dia triste para a democracia na Venezuela", afirmou o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, em um comunicado. No texto, ele destaca que "na democracia, nenhum líder político deveria ser forçado a buscar asilo em outro país".

 "A UE insiste que as autoridades venezuelanas acabem com a repressão, as detenções arbitrárias e o assédio contra membros da oposição e da sociedade civil, assim como libertem todos os presos políticos", acrescenta a nota.

González, que estava escondido desde 30 de julho, passou um período na embaixada da Holanda em Caracas antes de seguir para a Espanha em 5 de setembro, explicou Borrell.

O candidato opositor reivindica a vitória nas eleições que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), terminaram com a reeleição de Maduro.

O CNE não divulgou as atas de votação de cada seção eleitoral, com a lei exige, alegando que seu sistema foi alvo de um ataque de hackers.

A viagem de González foi antecipada no sábado após a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmar que o governo concedeu os salvo-condutos em nome da tranquilidade e da paz política do país".

Controvérsia

A oposição liderada por María Corina Machado afirma que as cópias digitalizadas das atas de votação, obtidas por testemunhas nas seções eleitorais, comprovam a vitória de González Urrutia, com mais de 60% dos votos.

O governo afirma que o material é "fraudulento". O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que fará "declarações importantes" em uma entrevista coletiva neste domingo.

Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina rejeitaram o resultado anunciado pelo CNE e pediram uma verificação dos votos. A proclamação da vitória de Maduro, com 52% dos votos, desencadeou protestos em todo o país que deixaram pelo menos 27 mortos, 192 feridos e 2.400 detidos.

Com informações da AFP

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