Imprensa francesa festeja sucesso dos Jogos de Paris 2024 e prevê aceleração das políticas de inclusão
"Paris 2024 para sempre!". A manchete do jornal francês L'Équipe desta segunda-feira (9) reflete o desejo dos franceses de guardar na memória e perpetuar a atmosfera fantástica que a torcida viveu nas arenas olímpicas.
As Olimpíadas já tinham surpreendido o mundo pela organização, que introduziu uma série de novidades ousadas. A cerimônia de encerramento das Paralimpíadas, que transformou o Stade de France numa discoteca gigantesca, com arquibancadas lotadas e os franceses em êxtase, fecharam Paris 2024 com chave de ouro. Nem a chuva da abertura nem a chuva no encerramento perturbaram a impressão de que a França produziu momentos mágicos, deixando os franceses orgulhosos da imagem positiva que transmitiram ao mundo.
Em seu editorial, o L'Équipe diz que, se antes da abertura a França não era uma nação esportiva, ela se tornou com os Jogos de 2024. O país conquistou 139 medalhas nos dois eventos, em 25 modalidades diferentes, destaca o jornal. Os organizadores venderam 12,1 milhões de ingressos que lotaram quase todos os locais de provas.
Os dois canais da TV pública que transmitiram as competições reuniram 60 milhões de telespectadores no período das Olimpíadas e 45 milhões durante as Paralimpíadas, isto em um país de quase 68 milhões de habitantes. No dia 2 de agosto, quando o nadador Léon Marchand conquistou sua quarta medalha de ouro, o site do L'Équipe estabeleceu um novo recorde histórico com 16 milhões de visitas.
Leia tambémAtletas, voluntários e torcedores fazem balanço positivo de Jogos Paralímpicos
Em entrevista na manhã desta segunda-feira ao portal de notícias Franceinfo, o porta-bandeira francês Tanguy de La Forest, medalha de ouro no tiro paralímpico, disse ter certeza que a mensagem de perseverança e otimismo transmitida pelos esportistas de alto desempenho mudará de forma irreversível a mentalidade dos franceses e o olhar da sociedade sobre a deficiência, podendo representar uma revolução nas políticas de inclusão.
"Revolução" urbana
O sucesso dos Jogos, que deixa franceses e parisienses orgulhosos, veio acompanhado de mudanças idealizadas pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que preocupam os motoristas. Ela anunciou que o anel viário da capital, chamado de periférico, terá a velocidade reduzida dos atuais 70 km/h para 50 km/h a partir de 1° de outubro, por uma questão de "saúde pública", para reduzir a poluição.
Várias vias públicas da cidade que foram imobilizadas para as Olimpíadas, e seriam reabertas em setembro, também ficarão fechadas até outubro ou novembro, informou Hidalgo.
A prefeita ainda confirmou a intenção de transformar a praça do Trocadéro, a ponte Iéna e trechos de avenidas adjacentes, em frente à Torre Eiffel, em áreas vegetalizadas e restritas à circulação de pedestres, ciclistas e ônibus.
A prefeita apresentou à imprensa um estudo de impacto no trânsito que essas obras poderiam gerar e afirma que só "haverá um ligeiro aumento de congestionamentos nas pontes vizinhas" do rio Sena. Segundo a socialista, "o projeto está aberto a ajustes".
O Ministério dos Transportes e a direção da Polícia de Paris já demonstraram preocupação com essas medidas.
Deixe seu comentário