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Zelensky pede que a UE una 'todo o continente' em apoio à Ucrânia durante cúpula na Croácia

09/10/2024 13h18

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quarta-feira (9) que a União Europeia dê as boas-vindas a "todas as nações democráticas da Europa", na abertura de uma cúpula Ucrânia-Sudeste Europeu organizada pela Croácia e destinada a mostrar "o apoio da região ao povo ucraniano".

A União Europeia tem o dever de "unir todo o continente, todas as nações democráticas da Europa, inclusive a sua", declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. "Pode haver tensões políticas, mas devemos garantir que nossa união na Europa permaneça o mais estável possível", sublinhou o chefe de Estado ucraniano.

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"Se a Europa não estiver unida hoje, ela não estará em paz. Os processos de adesão devem, portanto, ser concluídos", declarou Zelensky, defendendo não apenas a causa de Kiev - que iniciou as negociações de adesão em junho - mas também a de vários países dos Bálcãs que há anos esperam para entrar na UE.

Pedindo a Bruxelas que dê as boas-vindas a "todas as nações democráticas da Europa, incluindo a sua", Zelensky acrescentou que "ninguém na Europa precisa ser lembrado da importância da estabilidade para os Bálcãs".

O presidente ucraniano chegou à Croácia no meio do dia para a terceira cúpula que reúne os chefes de estado, governo ou diplomacia de 13 países (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Grécia, Kosovo, Moldávia, Montenegro, Macedônia do Norte, Romênia, Sérvia, Eslovênia e Turquia).

Ele começou sua estadia participando de uma reunião bilateral com o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, com quem assinou um acordo que abrange "cooperação em defesa, desminagem, cuidados com soldados feridos", segurança cibernética, compartilhamento de inteligência e reconstrução, de acordo com um texto publicado no site da presidência ucraniana.

"Juntos, desenvolveremos a cooperação entre nossas indústrias de defesa", elogiou o presidente ucraniano no X, cujas tropas estão enfrentando o avanço russo na frente oriental, com falta de homens e armas.

"Os ucranianos continuam a defender seus lares com a maior coragem", respondeu Plenkovic na abertura da cúpula. "Apoiar a Ucrânia não é apenas uma questão de solidariedade", acrescentou, "é essencial para a segurança de todos nós".

Nos últimos dois anos, Zagreb, que enviou € 300 milhões em ajuda, principalmente militar, para a Ucrânia, recebeu cerca de 30.000 refugiados ucranianos, incluindo soldados feridos que estão sendo tratados em hospitais croatas, acrescentou Plenkovic, que visitou Kiev três vezes desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.

Reunião com o Papa

No final da cúpula, espera-se que seja anunciada uma maior cooperação militar e que seja assinada uma "Declaração de Dubrovnik", condenando a invasão russa, apoiando a integridade territorial da Ucrânia e a entrada de Kiev na UE, e prometendo apoio à reconstrução do país após o fim da guerra.

A visita de Zelensky, sua primeira à Croácia, ocorre em um momento difícil para a Ucrânia, mais de dois anos e meio após a invasão russa. O presidente ucraniano, que usa cada viagem como uma plataforma para exigir mais ajuda da Rússia, lamentou recentemente que o Ocidente estivesse "arrastando os pés" na entrega de mísseis de longo alcance para seu país.

Depois de Dubrovnik, Zelensky é esperado em Roma na sexta-feira, onde será recebido pelo Papa no Palácio Apostólico, de acordo com um breve comunicado de imprensa do Vaticano.

Ele deve então viajar para a Alemanha para participar de uma cúpula internacional sobre a defesa da Ucrânia, onde apresentaria "medidas claras e concretas para um fim justo da guerra".

Mas depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que não viajaria para a Alemanha por causa do furacão Milton, que deve atingir a Flórida na noite desta quarta-feira, a reunião dos aliados da Ucrânia foi adiada.

Macron e a ajuda francesa à Ucrânia

O presidente francês Emmanuel Macron conversou nesta quarta-feira com soldados ucranianos em treinamento em condições próximas à frente ucraniana no leste da França.

O chefe de Estado anunciou em junho que uma brigada ucraniana seria totalmente treinada e equipada durante a visita de Zelensky à França para marcar o 80º aniversário do desembarque dos Aliados na Normandia.

"A brigada Anne de Kiev será treinada e equipada graças à solidariedade da França", escreveu Zelensky no X ao chegar a um 'campo militar no leste da França', cuja localização permanece confidencial por motivos de segurança. O ministro das Forças Armadas da França, Sébastien Lecornu, e o ministro da Defesa da Ucrânia, Roustem Oumerov, também estavam presentes no local.

O exército francês começou a treinar 2.300 soldados da brigada conjunta ucraniana 155. Dessa brigada de 4.500 soldados, o quartel-general, três batalhões de infantaria e suas unidades de apoio (engenheiros, artilharia, vigilância e reconhecimento terra-ar) são treinados na França, enquanto o restante - 2.200 - é treinado na Ucrânia por ucranianos.

Em junho, Macron também anunciou a entrega de jatos de combate Mirage 2000-5 aos ucranianos. Os pilotos e mecânicos já estão sendo treinados nas aeronaves que serão entregues. A França também está envolvida no treinamento de pilotos ucranianos para pilotar os F16s americanos.

No total, a França já treinou mais de 15.000 soldados ucranianos em vários campos (combate de infantaria, artilharia, manutenção do equipamento transferido, saúde, etc.).

(Com AFP)

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