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Rafael Nadal anuncia sua aposentadoria aos 38 anos e deixará legado cheio de recordes

13/10/2024 08h36

Em um vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (9), Rafael Nadal anunciou sua aposentadoria do circuito profissional do tênis. Na mensagem, o espanhol se dirigiu aos fãs, familiares e para todos que fizeram parte de sua vitoriosa carreira. A despedida definitiva tem data: será em novembro, na Copa Davis, que será disputada em Málaga, uma maneira de fechar em grande pompa e em seu país natal um ciclo virtuoso.

Aos 38 anos de idade, Rafael anuncia uma decisão que não surpreende, principalmente depois dos resultados recentes.

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Ele vem sofrendo com muitas dores, principalmente nos últimos dois anos. Nadal desenvolveu desde os 18 anos uma doença rara, a osteonecrose do osso navicular - ou escafoide, o osso do carpo que mais frequentemente sofre fraturas. A condição também é conhecida como síndrome de Müller-Weiss - uma doença degenerativa "crônica e incurável", explicou Nadal em 2022 antes de conquistar o 14º título em Roland Garros.

"A aposentadoria das quadras foi uma decisão difícil que demorou para ser tomada", disse ele na mensagem, enquanto desfilavam imagens de grandes momentos de sua carreira.

 

Recordes na carreira

Rafael Nadal já tem gravado com letras maiúsculas seu nome na história do tênis. Foram ao total 92 títulos até agora na carreira, sendo 22 de Grand Slams. E 36 masters 1000. Em Jogos Olímpicos foram duas medalhas de ouro, a primeira no torneio de simples em 2008 e a segunda nas duplas, em 2016 no Rio de Janeiro. O espanhol ficou 209 semanas como número 1 do mundo e teve uma incrível sequência de 81 vitórias no seu piso preferido, o de terra batida.  

Outra marca que o faz ser um gigante das quadras: um recorde de 912 semanas seguidas no TOP 10 mundial, de 25 de abril de 2005 a 19 de março de 2023

Mas foi no saibro parisiense que deixou sua marca mais impressionante e admirável: foram 14 troféus de campeão do torneio de Roland-Garros, um recorde que dificilmente será superado pelas futuras gerações.

Seu último título em Paris foi em 2022 contra o norueguês Casper Ruud. Apesar de lutar contra o espanhol que tinha seu pé dolorido e sob anestesia, o norueguês entrou para a lista das vítimas de Nadal na terra batida parisiense.

Este ano, no Aberto da França, Nadal tentou mais uma vez, fiel à sua obstinação. Mas com o físico diminuído, foi derrotado logo na estreia por Alexander Zverev por 3 sets a 0. O espanhol ainda voltou ao saibro parisiense em julho para os Jogos Olímpicos, mas também não brilhou. Perdeu para Djokovic na segunda rodada do torneio de simples. Nas duplas, ao lado de Carlos Alcaraz, caiu nas quartas-de-final.  "Espero vê-los de novo, mas não sei", afirmou aos torcedores.

O adeus ao complexo esportivo de Roland-Garros que o consagrou não foi tão glorioso, mas jamais vai ofuscar sua trajetória.

Rafael é o segundo maior tenista da história em número de títulos de Grand Slams, só perdendo para Novak Djokovic, que tem 24, mas com dois a mais que um de seus maiores rivais em quadra, o suíço Roger Federer, que se aposentou das quadras há dois anos, tendo conquistado 20 troféus.

Em janeiro de 2022, ele se tornou com Djokovic o segundo tenista da era Open, que começou em 1968, a ganhar pelo menos duas vezes um dos troféus dos 4 Grand Slams do circuito.

Foi do suíço, uma das reações mais rápidas ao anúncio de Nadal. Federer, por meio das redes sociais. No Instagram, escreveu: Parabéns, Rafa pela icônica carreira, mostrando momentos que permearam a carreira dos dois atletas.

Nadal disputou alguns dos jogos mais memoráveis da história do tênis, entre elas a final de Wimbledon contra Federer, que venceu após 4h48 minutos de um combate intenso, erguendo o primeiro de seus dois troféus do torneio londrino.

O sérvio Novak Djokovic, que formou com Nadal e Federer o "Big 3", e juntos dominaram o circuito de tênis profissionais por mais de duas décadas, também reagiu cobrindo o adversário das quadras de muitos elogios. Em seu post, lembrou que Rafa "inspirou milhões de crianças a jogar tênis e que só ele sabe o quanto trabalhou para se tornar um ícone do esporte e do tênis em geral". "Teu legado será eterno", escreveu o sérvio, que prometeu estar em Málaga para ver de perto seus últimos combates.

Para o tenista marroquino Younès El Aynaoui, que chegou a ser o 14° do ranking mundial, Rafael não poderia ter deixado uma melhor imagem: "Acho que ele realmente deu o melhor exemplo que um jogador de tênis poderia dar na quadra. Nunca o vimos discutir com os árbitros como a gente vê agora, ou mesmo quebrar a raquete. Além disso, há o seu espírito de luta... era quase irritante vê-lo vencer Roland-Garros tantas vezes. Todos nós estávamos esperando para ver quem poderia vencê-lo", disse o ex-tenista.

"E era realmente isso: trabalho duro, preparo físico, determinação, nunca desistir. Em uma partida, ele teve que enfrentar um jogador como Roger Federer, que era oposto dele, muito talentoso. E Nadal, você percebia que foi por meio de trabalho duro que ele conseguiu chegar onde chegou. Então, acho que é isso. É trabalho duro, seriedade e concentração. Não acho que haja nenhum ponto negativo em sua carreira", afirmou. 

Rafael Nadal receberá ainda muito mais homenagens na sua despedida das quadras. Seu último combate na Copa Davis será entre os dias 19 e 24 de novembro.

Oito países vão disputar a final, entre eles a Espanha, com quem Nadal ergueu seu primeiro troféu na Davis em 2004. Vinte anos depois, vai encerrar a carreira diante de seu público e um último adeus para todos os seus milhares de fãs pelo mundo.

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