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Espanha diz que UE está 'perto de concluir' acordo com Mercosul; agricultores franceses planejam mobilização

23/10/2024 15h51

Os países da União Europeia estão "muito perto de concluir" o acordo de livre comércio negociado com o Mercosul, garantiu quarta-feira (23) o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. Enquanto isso, o governo francês tenta apaziguar os ânimos dos agricultores que se opõem ao acordo e planejam novas manifestações como as que paralisaram a França no início do ano. 

"Estamos muito perto de concluir este acordo", disse o líder socialista, apoiador de longa data do controverso acordo comercial, em um fórum econômico em Faro, no sul de Portugal.

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"Temos duas datas-chave (...): a cúpula do G20, em novembro, no Rio de Janeiro, e a cúpula do Mercosul, em dezembro deste ano. Trabalharemos, portanto, na concretização deste grande projeto", afirmou.

As negociações entre a UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia) estão estagnadas há anos e foram retomadas nos últimos meses sob a liderança de alguns países europeus, entre eles a Alemanha.

Mas os avanços das negociações causam preocupação entre os agricultores, especialmente na França, onde os sindicatos agrícolas lançaram um apelo à mobilização, menos de um ano depois de uma revolta massiva do setor.

Este movimento é acompanhado de perto pelo governo francês, hostil ao acordo. "O Mercosul, tal como está, não é um tratado aceitável", repetiu Emmanuel Macron na quinta-feira passada, após uma cúpula europeia em Bruxelas.

Macron acredita que o acordo pode violar os objetivos climáticos decididos em Paris e prejudicar os interesses europeus. Uma análise contestada por outros países, que esperam ver um salto nas suas exportações para a América do Sul.

Novas manifestações

Os agricultores europeus temem ver mais produtos agrícolas sul-americanos entrar no mercado europeu sujeitos a padrões de produção menos exigentes. Ao contrário da UE, o Brasil não proibiu os antibióticos utilizados como promotores de crescimento na alimentação animal, por exemplo. 

Para acalmar os agricultores, a ministra da Agricultura da França, Annie Genevard, garantiu nesta quarta-feira em entrevista a uma rádio francesa que os compromissos assumidos após o último movimento de indignação do setor agrícola serão mantidos.

A ministra, fez um apelo aos agricultores para evitar a "violência", que "é sempre um beco sem saída", e garantiu que a sua porta está "aberta". "Os compromissos assumidos serão cumpridos, são cumpridos a partir de hoje", repetiu.

A FNSEA, principal sindicato agrícola, anunciou na terça-feira (22) uma nova mobilização nacional a partir de 15 de novembro. "Não estamos aqui (...) para incomodar os franceses, não temos nenhuma vontade de fazer com que o dia a dia dos franceses que alimentamos, e que temos orgulho de alimentar, seja um inferno. Queremos chamar a atenção de todos", disse o presidente da organização, Arnaud Rousseau, à rádio RTL na quarta-feira.

"Estamos prontos para ir longe para garantir que as nossas reivindicações sejam ouvidas na França (...), em Bruxelas", acrescentou.

Os sindicatos de agricultores paralisaram o país no começo deste ano, com manifestações e bloqueios em toda a França e obtiveram 70 compromissos do governo, em particular para aliviar as restrições ambientais e fiscais.

(Com AFP)

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