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Poluição em Lahore, no Paquistão, atinge recorde de mais de 80 vezes do que é aceitável pela OMS

02/11/2024 04h49

A poluição atmosférica em Lahore, a segunda maior cidade do Paquistão, alcançou neste sábado um nível recorde histórico, mais de 80 vezes acima do que é considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou à AFP um responsável do governo.

O índice de qualidade do ar chegou a um pico de 1.067, antes de recuar para cerca de 300 na manhã. Segundo o índice da OMS, o ar é considerado "ruim" a partir de 180 e "perigoso" acima de 300.

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"Jamais tínhamos alcançado um nível de 1.000 em Lahore", disse Jahangir Anwar, alto responsável pela proteção ambiental no governo local. Durante esta semana, o índice de qualidade do ar "permaneceu abaixo de 200" na cidade de 14 milhões de habitantes. A concentração de partículas poluentes PM2.5 já estava próxima de 20 vezes o nível aceitável pela OMS, explicou Anwar. No sábado, atingiu 80 vezes esse limite.

Nos últimos dias, Lahore está coberta por uma nuvem de smog, um misto de nevoeiro e emissões poluentes agravado pelas emissões de diesel de baixa qualidade, fumaça de queimadas agrícolas sazonais e o resfriamento do ar no inverno.

"O índice de qualidade do ar permanecerá elevado nos próximos três a quatro dias", acrescentou Anwar. Na quarta-feira, a agência provincial de proteção ambiental anunciou novas restrições em quatro "pontos críticos" da cidade, após já ter suspendido todas as atividades esportivas ao ar livre nas escolas por três meses.

Restrições

Em tais áreas, é proibido o uso de riquixás com motores a dois tempos, altamente poluentes, e restaurantes que fazem churrascos sem filtros. Além disso, as administrações e empresas privadas deverão colocar metade de seus funcionários em regime de trabalho remoto a partir de segunda-feira. Obras de construção estão suspensas, e vendedores de alimentos de rua, que costumam cozinhar em fogões a lenha, devem encerrar suas atividades até as 20h.

Além disso, as autoridades paquistanesas afirmaram estar lidando com ventos vindos da Índia, que também enfrenta problemas de smog nesta época do ano. Imagens de satélite da Nasa mostram muitas queimadas dos dois lados da fronteira, onde os agricultores realizam queimadas agrícolas nesta temporada.

"O nível de poluição é devido ao corredor de vento do leste que vem da Índia em direção a Lahore", disse Anwar, defendendo uma "diplomacia do smog". O smog se intensifica no inverno, quando o ar frio, mais denso, mantém as emissões poluentes de combustíveis de baixa qualidade ao nível do solo.

Segundo a OMS, uma exposição prolongada ao smog pode causar AVCs, doenças cardíacas, câncer de pulmão e problemas respiratórios. O governo de Punjab recomendou aos moradores, especialmente "aqueles com doenças respiratórias, pulmonares e cardíacas, e os idosos", que "evitem sair de casa". Caso saiam, devem "obrigatoriamente usar máscaras".

(com AFP)

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