Quem vai vencer à corrida para a Casa Branca? A resposta pode demorar a sair
O sistema eleitoral por voto indireto nos Estados Unidos não permite que o resultado das urnas seja conhecido de maneira imediata. Diferentemente do Brasil, que utiliza urnas eletrônicas e tem um sistema por votação direta, na terra do Tio Sam também é possível votar por antecipação e por correspondência, o que torna o processo mais lento, mas que também possibilita as primeiras previsões. Mas quando é que mundo vai saber se será Donald Trump ou Kamala Harris a ocupar a Casa Branca? Leia abaixo as previsões.
Esta terça-feira é o dia D da votação, o último dia para a escolha dos delegados que vão compor o Colégio Eleitoral e eleger o novo presidente e seu vice. Lembrando que os eleitores norte-americanos escolhem a cor do partido e os grandes delegados são obrigados por lei em 33 estados e na capital federal a acompanhar o voto popular.
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Sendo os delegados designados pelos partidos ou pelos candidatos, são raros os casos de "traição". No entanto, já aconteceu: em 2000, a delegada democrata Barbara Lett-Simmons absteve-se de votar em vez de dar o seu voto a Al Gore. Este episódio não mudou as eleições, já que o republicano George W. Bush venceu com 271 votos de um total de 538.
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Em 2016, sete dos 538 delegados votaram a favor de uma pessoa diferente daquela designada pelo voto popular, um número particularmente elevado. Três deles escolheram o ex-secretário de Estado Colin Powell, enquanto seus estados votaram na democrata Hillary Clinton.
Votação antecipada
Mais de 82 milhões de pessoas já votaram por antecipação, o que vai permitir que alguns resultados parciais já sejam conhecidos na noite desta terça-feira. As primeiras cédulas postais começaram a ser enviadas no dia 6 de setembro na Carolina do Norte.
A grande questão é que devido ao tamanho do território americano e os diferentes fusos horários, o encerramento da votação vai acompanhar o horário da Califórnia, três horas a menos que o horário de Washington. Assim, o resultado pode sair tarde da noite nesta terça, na manhã de quarta-feira (6) ou até nos próximos dias.
Recontagem dos votos
Com a disputa acirrada e os dois candidatos empatados tecnicamente em pesquisas de diversos institutos, é bem provável que, independentemente do resultado, o candidato perdedor peça a recontagem dos votos. Soma-se a isso a narrativa de fraude eleitoral, construída pela campanha de Donald Trump.
Na verdade, a recontagem já foi pedida. Mais de 100 ações judiciais pré-eleitorais foram apresentadas pelos republicanos para contestar a elegibilidade dos eleitores e a gestão dos cadernos eleitorais.
No estado da Pensilvânia, por exemplo, uma recontagem será necessária se houver uma diferença de meio ponto percentual entre os votos expressos para o vencedor e para o perdedor. Em 2020, a margem foi de pouco mais de 1,1 ponto percentual.