Alemanha quer incentivar serviço militar diante de 'situação de ameaça' da Rússia na Europa
Na quarta-feira (6), o governo alemão avançou com novo esquema para incentivar os jovens a prestar o serviço militar, o que deve permitir que o exército recrute milhares de soldados adicionais para enfrentar as crescentes ameaças da Rússia. Atualmente, o exército alemão tem 181 mil soldados, mas o Ministério da Defesa estima que seriam necessários entre 370 mil e 460 mil soldados para defender o país no caso de um ataque à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Se o novo projeto de lei for aprovado sem problemas pelas duas casas do parlamento, um novo estilo de serviço deverá entrar em vigor na primavera de 2025. No entanto, não se trata de reintroduzir o alistamento, que está suspenso desde 2011, como alguns vêm pedindo desde que a invasão da Ucrânia reabriu o debate sobre a necessidade de fortalecer a Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha), que está com falta de mão de obra e equipamentos.
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Ao completarem 18 anos, os homens serão obrigados - sujeitos a multa - a preencher um questionário sobre "sua vontade e capacidade de prestar serviço militar, bem como seus diplomas e outras qualificações", explica um comunicado de imprensa do governo.
Esse novo modelo é "nossa resposta à mudança da situação de ameaça na Europa", comentou o ministro da Defesa Boris Pistorius.
Mullheres podem "participar voluntariamente"
O projeto de lei estipula que somente as pessoas nascidas após 31 de dezembro de 2006 serão afetadas. As mulheres podem "participar voluntariamente" do questionário, já que a Lei Básica Alemã restringe expressamente a obrigação de servir nas Forças Armadas aos homens.
A ideia por trás desse censo é despertar o possível interesse dos jovens e servir para que o Exército possa selecionar aqueles que "parecem particularmente adequados e motivados", de acordo com o governo, e convidá-los para uma entrevista.
Esse novo serviço voluntário prevê um treinamento básico de seis meses, que pode ser voluntariamente estendido para um total de 23 meses.
Aumentar efetivo do Exército alemão em caso de ataque à Otan
Graças a esse modelo, o ministro da Defesa Boris Pistorius espera inicialmente alcançar 5 mil recrutas adicionais a partir de 2025, e mais a longo prazo. O projeto de lei "visa aumentar o número de reservistas em médio prazo", explica o governo alemão, que conta atingir cerca de 200 mil pessoas a mais para as Forças militares alemães.
Berlim precisa "melhorar de forma sustentável suas capacidades de defesa" diante da "situação de ameaça muito intensificada na Europa, após a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", enfatiza o governo do social-democrata Olaf Scholz.
Atualmente, o exército alemão tem 181 mil soldados, o que é menos do que a força prevista em tempos de paz, de 203.300.
O Ministério da Defesa estima que seriam necessários entre 370 mil e 460 mil soldados para defender o país no caso de um ataque à Otan.
Com AFP