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Ao receber Xi Jinping, Lula defende diálogo para acabar com guerra na Ucrânia

20/11/2024 16h31

Durante uma visita do seu homólogo chinês Xi Jinping a Brasília, nesta quarta-feira (20), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o "diálogo" para acabar com a guerra na Ucrânia. A fala demostrou proximidade entre os dois líderes do Sul Global sobre o tema.

O líder chinês foi recebido com tapete vermelho, honras militares e hinos nacionais. Lula, acompanhado de sua esposa Rosângela "Janja" da Silva, recebeu solenemente o convidado chinês em sua residência presidencial, no Palácio do Alvorada.

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"Em um mundo devastado por conflitos armados e tensões geopolíticas, a China e o Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro plano", disse Lula, após encontro com Xi.

A reunião foi seguida da assinatura de acordos bilaterais e acontece em um contexto internacional carregado, como mostrou a Cúpula do G20. O evento no Rio de Janeiro foi dominado segunda e terça-feiras pela crise climática e pela guerra na Ucrânia.

A proposta dos dois países "para uma solução política" na Ucrânia é um "exemplo de convergência de pontos de vista em questões de segurança internacional", disse Lula.

Pequim é um importante aliado de Moscou e Lula tem sido amplamente criticado no Ocidente por ter afirmado, no passado, que tanto a Ucrânia quanto a Rússia tinham alguma responsabilidade no conflito.

Relações comerciais

Os dois líderes elogiaram a parceria estratégica entre os seus países.

 "As relações China-Brasil estão no melhor nível da sua história", disse Xi, de acordo com a agência oficial chinesa Xinhua. Segundo a mesma fonte, ele acrescentou que nos últimos anos os dois países tornaram-se "amigos de confiança".

Tal como aconteceu na Cúpula Ásia-Pacífico, alguns dias antes, em Lima, o presidente chinês apareceu como o homem forte na reunião do Rio, enfrentando Joe Biden, o presidente norte-americano que deixará o cargo.

"Xi Jinping está claramente buscando preencher o vazio que surgirá com a eleição de Trump, que não valoriza o multilateralismo", disse Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas à AFP.

 Esta parceria, no entanto, tem os seus limites: o Brasil não aceitou se juntar ao gigantesco programa de infra-estruturas da China, as "Novas Rotas da Seda".

Vários países sul-americanos aderiram a esta iniciativa lançada em 2013, que constitui um eixo central da estratégia chinesa para aumentar a sua influência no exterior.

O gigante asiático é o maior parceiro comercial do Brasil, que é o seu principal fornecedor de produtos agrícolas. Mas o país sul-americano é apenas o nono parceiro comercial da China.

Mesmo que o Brasil seja um dos raros países com excedente comercial com a China, as suas exportações são essencialmente de matérias-primas, principalmente a soja. A China vende ao Brasil produtos de alto valor agregado: semicondutores, telefones, automóveis e medicamentos.

(Com AFP)

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