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Escalada na guerra: Rússia lança míssil intercontinental, após Ucrânia usar balísticos britânicos

21/11/2024 06h17

A escalada no conflito na Ucrânia continua nesta quinta-feira (21). A aeronáutica ucraniana informou ter interceptado um míssil balístico intercontinental russo, lançado da região de Astrakhan pela manhã. Na quarta (20), Kiev utilizou, pela primeira vez, mísseis britânicos de longo alcance contra o território russo, com autorização de Londres.

Esta é a primeira vez que a Rússia faz uso deste tipo de míssil de longo alcance, capaz de transportar ogivas nucleares ou cargas convencionais, desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. O ataque teve como alvo empresas e infraestruturas críticas no Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, disse a Força Aérea ucraniana, sem especificar onde o projétil caiu ou se causou danos, nem seu modelo exato.

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A Ucrânia acrescenta que, além de ter interceptado o projétil intercontinental, também abateu seis misseis de cruzeiro russos Kh-101. Os disparos ocorreram um dia após o país utilizar mísseis balísticos americanos de 300 quilômetros de alcance contra alvos dentro da Rússia, que prometeu responder "à altura".

Kiev reivindicava havia meses autorização para usar estas armas recebidas, mas seus aliados ocidentais temiam a reação de Moscou. A Rússia advertiu que isso representaria ultrapassar uma linha vermelha no conflito.

Vários mísseis britânicos Storm Shadow, com alcance superior a 250 quilômetros, foram disparados contra pelo menos um alvo militar russo, reportou o jornal Financial Times, citando três fontes anônimas, entre elas um funcionário de um governo ocidental informado sobre o ataque.

Segundo The Guardian, o governo britânico autorizou o uso destes mísseis contra o território russo em resposta ao destacamento de tropas norte-coreanas para ajudar o exército russo. Nem Kiev, nem Londres confirmaram esta informação.

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Apelo de Xi Jinping e latino-americanos

Em meio à visita de Estado que realizou ao Brasil, o presidente da China, Xi Jinping, apelou para "mais vozes comprometidas com a paz" para buscar uma "solução política" para a guerra na Ucrânia, segundo a agência oficial de notícias chinesa Xinhua.

"Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em um comunicado conjunto, Brasil, Chile, Colômbia e México pediram que seja evitada uma "escalada da corrida armamentista" que "agrave" o conflito na Ucrânia.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu no domingo seu aval para que sejam usados mísseis americanos contra alvos dentro da Rússia. O presidente democrata passará em janeiro o comando do país ao republicano Donald Trump, menos inclinado a ajudar financeira e militarmente a Ucrânia.

Zelensky: 'apenas diálogo' devolveria a Crimeia à Ucrânia

Em uma entrevista ao canal de televisão americano Fox News transmitida na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que somente a diplomacia permitiria à Ucrânia recuperar a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. "Não podemos perder dezenas de milhares de nossos cidadãos para recuperar a Crimeia, e não é certo que possamos recuperá-la com armas nas mãos. Entendemos que a Crimeia pode ser devolvida através dos canais diplomáticos", frisou Zelensky.

Ele rejeitou, entretanto, a ideia de ceder à Rússia territórios já ocupados pelas forças russas, dizendo que a Ucrânia "não poderia reconhecer legalmente qualquer território da Ucrânia como russo". "Já mencionei que estamos prontos para ver a Crimeia devolvida através dos canais diplomáticos", ressaltou o presidente ucraniano.

A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014, após uma revolta que forçou o presidente pró-Rússia da Ucrânia da época a fugir do país.

Desde a invasão da Ucrânia, as forças russas ocuparam cerca de um quinto do território ucraniano. Moscou anexou quatro regiões ucranianas, embora não tenha controle total sobre elas.

Volodymyr Zelensky apresentou um "plano de vitória" que inclui um convite incondicional à integração da Ucrânia na Otan e a implantação no seu território de um dispositivo de dissuasão estratégico não nuclear. Os dois pontos não foram objeto de qualquer compromisso por parte dos aliados ocidentais.

Com informações da Reuters e AFP

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